"Não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo", diz Bolsonaro em ato no Rio por anistia a presos do 8/1

 



 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (16) que "não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo", enfileirou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamou denúncia de tentativa de golpe de Estado de "historinha" e afirmou que projeto de lei de anistia a presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro será aprovado no Congresso Nacional. Deu essas e outras declarações em longo discurso durante manifestação que reuniu apoiadores e aliados na orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Além de pressionar senadores e deputados pela aprovação do projeto de anistia, Bolsonaro também discursou em clima de campanha para as eleições de 2026. Inelegível até 2030, afirmou que não sairá do Brasil e que um pleito sem ele "é negar a democracia" no país. Nesse sentido, desafiou: "Se eu sou tão ruim assim, me derrote".

Segundo Bolsonaro, há "uma esperança" em relação à eleição do ano que vem, porque, para ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) "será isento". Moraes era o presidente da corte em 2022. Em 2026, o presidente será o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao STF.

"Eles não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo. Aqueles que defendem Deus, pátria, família e liberdade, nós estamos mais fortes e peço a vocês, por ocasião das eleições do ano que vem: me deem 50% da Câmara e 50% do Senado. Que eu mudo os destinos do nosso Brasil. Tenham certeza", disse.

O ex-presidente também disse que o PT "não tem o que apresentar para vocês" e fez várias críticas ao atual governo, enfatizando alta no preço de alimentos e comparando ministros do governo dele a ministros de Lula. "Lá no Rio Grande do Norte, estou na frente do Lula", disse, citando pesquisa eleitoral.

"Quem tirou este cara da cadeia? Que anulou julgamentos? Que trabalhou no escurinho do cinema pra colocá-lo na Presidência da República? Esses que fizeram esse trabalho dizem, 'salvamos a democracia'. Essa democracia que estamos vivendo, com prisão de inocentes."

Bolsonaro ainda afirmou que "todas as narrativas contra mim foram para o espaço", citando caso da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018 no Rio de Janeiro, móveis do Alvorada, vacinas contra covid-19 e escândalo das joias sauditas. "Sobrou fumaça do golpe", falou.

O ex-presidente questionou investigação da Polícia Federal (PF) que aponta que "o golpe começou no dia 29 de julho de 2021". "Uma live que fiz no Alvorada e critiquei o sistema eletrônico de votação. Onde disse que inquérito aberto em novembro de 2018 [...] Inquérito que até hoje está aberto. Mostrei para os embaixadores. Que no dia seguinte Moraes classificou como confidencial. Ou seja, secreto por quê?", falou.

Vale lembrar que essa investigação sobre ataques às urnas eletrônicas não apontou nenhuma fraude e, apesar de sigilosa, teve dados vazados por Bolsonaro na citada live de 2021.

Como fez inúmeras vezes, Bolsonaro voltou a sugerir irregularidades nas eleições de 2022 e defendeu "contagem pública de votos". "Em 2022, arrastamos milhões pelo Brasil. Fazíamos motociatas pelo Brasil todo. O agro estava quase 100% fechado conosco. Os cristãos, da mesma maneira", disse, valorizando supostas entregas do governo que comandou.

"Nosso governo fez seu trabalho. Por que perdeu a eleição? Será que a resposta está no inquérito 1361, secreto até hoje?", disse, afirmando que gostaria de "abrir esse inquérito secreto ao vivo na TV Globo". "Não sei se meus advogados conseguirão esse inquérito. Mas se a divulgação foi início do golpe, o povo tem de saber o que tá nele", completou.

O ex-presidente ainda reclamou que investigações contra ele "queriam minar a Presidência da República". "Não queriam que a gente continuasse. Houve mão pesada de Moraes por ocasião das eleições de 2022", falou, lembrando proibições relacionadas a mostrar imagem de Lula em propaganda eleitoral e outras restrições.

Também disse que campanha para que menores de 18 anos tirassem título de eleitor o prejudicou, porque "essa garotada dessa faixa etária, tendência é votar na esquerda". Voltou a repetir que PT quer transformar Brasil em Venezuela e classificou denúncia de tentativa de golpe como "historinha".

"Só não foi perfeita esta historinha para eles porque eu estava nos Estados Unidos. Se tivesse aqui, estaria preso até hoje. Ou, quem sabe, morto por eles. Vou ser um problema para eles, preso ou morto", disse.

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