O deputado federal Hugo
Motta (Republicanos-PB) foi eleito neste sábado (1º) presidente da Câmara dos
Deputados e ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2027.
Ele é o mais jovem a
ocupar o posto na história da Casa, com 35 anos. Motta obteve 444 votos.
Dos 513 deputados, 499
votaram. Marcel van Hattem (Novo-RS) teve 31 e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
teve 22 votos.
Além de definir as
pautas de votação do plenário, o presidente da Câmara tem, entre outras
prerrogativas, a de abrir, ou não, um processo de impeachment para afastar o
presidente da República.
Antes de ser eleito,
Motta fez um discurso no qual deu o tom de seu mandato: a defesa da Câmara.
Motta destacou a
necessidade de uma Câmara independente, capaz de atuar sem interferências
externas e de forma harmônica com os demais Poderes.
Juntos, vamos
fortalecer institucionalmente a Câmara, manter a sua autonomia e independência
em relação aos demais Poderes. É salutar compreendermos que uma boa gestão de
país se faz com respeito, pressuposto da harmonia”, afirmou.
O deputado também enfatizou
que a imunidade parlamentar deve ser garantida e respeitada, argumentando que
essa prerrogativa é essencial para a atuação dos congressistas. “Queremos uma
Câmara forte, com a garantia de nossas prerrogativas e em defesa de nossa
imunidade parlamentar”, disse.
Apoio
da esquerda, do centro e da direita
Motta foi eleito com o
apoio de quase todos os partidos com representantes na Casa, as exceções são
PSOL e Novo, que lançaram candidatos próprios.
Com um arco de apoio de
18 partidos, que foi do PL ao PT, o deputado se comprometeu a distribuir
cargos, assegurou a governistas que não será um adversário da gestão Lula e fez
acenos a avanços de pautas defendidas pela oposição.
Além disso, prometeu
dar maior previsibilidade à agenda de votações e defender prerrogativas de
deputados e o fortalecimento da Câmara.
O paraibano foi
escolhido pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), como candidato a
sua sucessão.
Trajetória
Motta está em seu
quarto mandato como deputado federal. Chegou à Câmara em 2011 pelo PMDB. Em
2018 mudou para o PRB, que alterou o nome para Republicanos em 2019.
Na Câmara, Motta tem um
perfil discreto, mas de muita articulação nos bastidores. Ele atua alinhado ao
setor financeiro, ao agronegócio e tem bom diálogo com a bancada evangélica.
Se tornou líder do
Republicanos em fevereiro de 2021 e ficou na posição até fevereiro do ano
seguinte e assumiu a cadeira novamente em janeiro de 2023.
Também foi líder do
bloco formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos de novembro de 2023 a abril
de 2024.
Na atual legislatura,
Motta foi suplente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), titular da
Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e suplente da CPI que investigou
fraudes nas Americanas.
G1