Preso pela Polícia
Federal neste sábado (14), o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa
e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, teria
tentado obter informações sigilosas da delação premiada do ex-ajudante de
ordens Mauro Cid.
De acordo com a CNN,
fontes próximas às investigações apontam que essa tentativa de acesso aos dados
foi um dos fatores para o cumprimento do mandado de prisão.
Em nota, a Polícia
Federal (PF) afirmou que Braga Netto estava “atrapalhando a livre produção de
provas” relacionadas à investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. A PF
não divulgou detalhes, mas investigações recentes sugerem que o general vinha
buscando informações privilegiadas sobre as declarações feitas por Mauro Cid no
acordo de colaboração premiada.
No último dia 6 de
dezembro, o general Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, foi interrogado pela
PF a respeito de possíveis tentativas de aliados de Bolsonaro de obter acesso
ao conteúdo da delação de seu filho. Ele negou qualquer envolvimento no
vazamento de informações. No entanto, um relatório da PF revelou que um
documento encontrado na mesa de um assessor de Braga Netto, na sede do PL,
continha perguntas e respostas ligadas ao acordo de colaboração premiada de
Mauro Cid.
“O contexto do documento é grave e revela que,
possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de
colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas
pelo próprio”, consta no relatório final da investigação.
Dinheiro
em caixas de vinho
A delação de Mauro Cid
tem sido fundamental nas apurações sobre a tentativa de golpe e inclui detalhes
sobre a atuação de Braga Netto na trama. Um deles seria o envio de dinheiro a
militares em embalagens de vinho.
Conforme publicação do
O Globo, em depoimento, Cid afirmou que Braga Netto entregou dinheiro vivo a
militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, em caixas de vinho.
O dinheiro seria para financiar o suposto plano de golpe de Estado após a
derrota do ex-presidente Bolsonaro para Lula.
CNN
e O Globo