Uma pesquisa realizada
pelo Instituto Locomotiva e pela QuestionPro mostra que oito em cada 10 adultos
(80%) acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido. Entre os
pais, 82% concordam com essa proibição, também apoiada pela maioria dos
entrevistados sem filhos (72%).
A percepção sobre a
necessidade da proibição aparece em todas as faixas etárias de adultos, mas no
caso de pessoas com 61 anos ou mais o índice é ainda maior: 87% apoiam a
restrição. “Essa é uma concordância transversal na sociedade, não existe
divergência. E essa concordância atravessa gênero, idade, todos os perfis”,
explica a gerente de pesquisa quantitativa do Instituto Locomotiva, Gabrielle
Selani.
Recentemente, o
Ministério da Educação anunciou que está elaborando um projeto de lei para
proibir o uso de celulares nas salas de aula. O tema também é debatido na
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
O levantamento
identificou que 90% dos entrevistados concordam que as crianças de hoje em dia
não querem mais brincar na rua por causa do uso do celular ou para assistir TV.
Segundo a pesquisa, 69% acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular
é a partir dos 13 anos, mas 86% acreditam que os jovens desejam ter um celular
antes dessa idade.
“Está clara a concordância sobre a proibição
do uso de celulares nas escolas, mas, além disso, é preciso monitorar o tempo e
o conteúdo em si. É preciso estar atento também sobre o que acontece fora do
muro das escolas”, diz Gabrielle.
Entre os efeitos
negativos do uso de celular na infância, segundo os entrevistados, estão vício
em tecnologia, aumento da ansiedade e depressão, problemas de sono, desempenho
escolar prejudicado, dificuldades nas relações sociais e exposição ao cyberbullying.
A pesquisa realizou
1.491 entrevistas em todo o país, no período de 24 de junho a 8 de julho,
abrangendo diversas regiões e perfis socioeconômicos. A margem de erro é de 2,5
pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Para a gerente de
pesquisa do Instituto Locomotiva, a pesquisa pode contribuir para a elaboração
de legislações inclusivas sobre o tema. “A pesquisa ouviu a sociedade como um
todo, pois é preciso universalizar o assunto. Essa é uma questão que vai afetar
toda a sociedade, todos vamos sentir os impactos do uso sem controle das
telas”.
FONTE:
Agência Brasil