José Luiz Datena,
candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, divulgou uma carta nesta
segunda-feira (16) em que diz não se arrepender de ter reagido à provocação e
agredido com uma cadeirada o também candidato Pablo Marçal (PRTB) durante
debate realizado pela TV Cultura na noite de domingo (15).
Segundo ele, a reação
aconteceu após acusações graves de Marçal. O ex-coach usou o tempo de uma
pergunta para relembrar uma acusação de assédio sexual contra o apresentador.
O apresentador também
confirmou que seguirá na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Boatos de uma
possível desistência rondam Datena desde o início da corrida eleitoral. Ele já
abandonou a candidatura em outras quatro ocasiões.
Datena cancelou os
compromissos de campanha desta segunda-feira (16). De acordo com a informação
repassada pela assessoria do candidato, o cancelamento ocorreu devido à chuva
que cai na capital paulista.
Leia
carta de Datena na íntegra:
Não defendo o uso da
violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos
meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.
Porque torna-se difícil
obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um
oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante
debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal
demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de
caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido
no voto.
Mas, a despeito disso,
precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de
verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação
por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um
adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com
desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal
me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.
Usando linguagem de
marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha
família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo
episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.
Errei, mas de forma
alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse
ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o
gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a
muitos outros por meu adversário.
Espero, com minha
atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo
Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e
para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da
prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.
Espero, também, ter
lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade
tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas
que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa
pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma
cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para
defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o
obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.