Criança que produziu vídeo sobre massacre em escola de Monteiro estaria sofrendo bullying, segundo pai

 



A cidade de Monteiro foi abalada na manhã da última sexta-feira (20) após a denúncia de que um vídeo produzido por uma criança de 11 anos, ensinando como realizar um massacre no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, estava circulando nas redes sociais.

O vídeo, que detalhava supostas falhas na segurança da instituição e sugeria a realização de um ataque, causou grande repercussão entre pais e autoridades.

Horas após o caso ganhar destaque, o pai da criança, que pediu para ter a identidade preservada, entrou em contato com a redação para relatar sua versão dos acontecimentos. Segundo o pai, o vídeo foi uma reação desesperada de seu filho, que estaria sofrendo bullying e ameaças constantes dentro da escola.

A criança, que recentemente se mudou para Monteiro, relatou dificuldades em fazer amizades e descreveu episódios de agressão física e ameaças por parte de colegas.

O pai contou que, após a mudança para a cidade, seu filho enfrentou desafios para se adaptar ao novo ambiente escolar. Ele mencionou que, em sua antiga escola, havia mais supervisão de inspetores e, por isso, os casos de violência eram resolvidos rapidamente.

“Ele me disse que foi agredido mais de duas vezes e, além disso, estava sendo ameaçado de nova agressão na saída da escola”, afirmou o pai, acrescentando que, embora tenha repreendido o filho por ter feito o vídeo, compreendeu que a ação foi motivada pelo medo e pela sensação de insegurança.

O pai criticou a postura da escola, afirmando que o Colégio Nossa Senhora de Lourdes tinha conhecimento das agressões e ameaças sofridas pela criança. Ele lamentou que, ao invés de abordar o problema de maneira construtiva, a direção tenha optado por emitir uma nota pública e colocar uma viatura policial na frente da escola, o que, segundo ele, “acentuou ainda mais o problema”.

O pai também forneceu à redação uma captura de tela de uma conversa com o filho, na qual o menino expressa seu descontentamento e medo de ir para a escola.

Na mensagem, a criança escreve:

“Eu não queria ir para escola amanhã. Os meninos ficam revirando a bolsa e jogando o material das pessoas. É muito chato. No estado que eu tô, não queria ir. Não tô bem. Se puder, manda isso para o papai.”

Após o vídeo viralizar e a polêmica ganhar força, o pai relatou que a escola suspendeu a criança até a próxima quarta-feira, sem ter ouvido a versão do aluno sobre os acontecimentos. Ele criticou a decisão e expressou sua frustração com a maneira como o colégio lidou com o caso.

“Ele errou ao fazer o vídeo, mas foi um erro motivado pelo medo e pela falta de proteção. A escola deveria ter agido de forma mais empática e compreensiva”, declarou o pai.

A situação levantou um debate sobre a forma como casos de bullying e ameaças são tratados nas escolas e como os alunos podem reagir de forma inadequada quando se sentem desprotegidos.

Pais e membros da comunidade esperam que o caso sirva de alerta para a necessidade de medidas mais eficazes contra o bullying e para garantir um ambiente escolar seguro e acolhedor para todas as crianças.

A expectativa é de que as autoridades educacionais e a direção do colégio avaliem o caso com mais sensibilidade e busquem uma solução que envolva o diálogo entre todas as partes envolvidas.

 

OPIPOCO

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