As 62 vítimas do
acidente aéreo em Vinhedo (SP) foram identificadas no período de uma semana.
Para 70% delas, o método utilizado foi a impressão digital. Nos outros 30%, foi
usada a perícia odontológica. Isso corresponde a 40 e 22 passageiros,
respectivamente. A condição em que o acidente ocorreu e um protocolo especial
para desastres com grande número de vítimas tiveram influência neste processo.
Foi o que contou em
entrevista à RECORD Alexandre Deitos, perito criminal da Polícia Federal e
coordenador do grupo de trabalho de identificação de vítima de desastres da
Interpol, organização internacional de cooperação policial.
Para Deitos, o fato de
adotar um sistema especial em tragédias como essa permite que o trabalho seja
feito de forma mais célere. Neste caso, toda a rotina do IML (Instituto Médico
Legal) central de São Paulo foi alterada e direcionada exclusivamente para
identificar os ocupantes do avião.
“É um protocolo sistemático que preconiza a
resposta da identificação das vítimas do desastre em quatro fases. A fase de
local, onde você recupera os corpos; a fase de necrotério, onde você examina os
corpos; a fase com os familiares, onde você busca obter os dados biológicos que
as pessoas tinham em vida; e a última fase, de comparação, que visa a
identificação dessas pessoas”, detalha.