Suspeito de matar adolescente em Monteiro, PB, foi condenado por agredir a própria filha, afirma PORTAL G1

 



Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos, o único suspeito de matar a adolescente de 16 anos Maria Vitória dos Santos, em Monteiro, na Paraíba, foi condenado por lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica contra a própria filha. O homem está foragido desde o domingo (14), quando teria feito os disparos que matou a menina com quem se relacionava.

No domingo, Maria Vitória e Gilson estariam bebendo em casa quando uma discussão foi iniciada. Nesse momento o homem teria atirado na adolescente, de acordo com testemunhas.

Até o momento, sete feminicídios já foram registrados oficialmente neste ano na Paraíba. Conforme levantamento do Núcleo de Dados da Rede Paraíba, o mês de junho registrou três assassinatos de mulheres por conta de seu gênero.

O caso do último domingo não é o único que envolve Gilson e violência contra mulheres e menores. Em ambas ocorrências, Gilson também havia consumido bebidas alcoólicas.

Segundo consulta no site do Tribunal de Justiça da Paraíba, a agressão contra a própria filha, também adolescente na época, aconteceu em junho de 2019, em Monteiro. Enquanto a menor dormia no quarto do pai, Gilson Cruz chegou em aparente estado de embriaguez e passou a discutir com a menina.

Durante a discussão, inicialmente verbal, o denunciado chutou o cachorro da filha. Indignada com a atitude do pai, a jovem passou a "reclamar" com o acusado, quando ele começou a agredi-la com chutes, empurrões, puxões de cabelo e mordidas. Mais tarde, quando a vítima chegou à instituição de ensino onde estudava, as marcas da agressão foram vistas pela direção do educandário, que acionou o Conselho Tutelar.

Após os fatos serem comunicados na Delegacia Especializada a Mulher de Monteiro, Gilson foi ouvido e assumiu as agressões, dizendo que "perdeu a paciência".

A denúncia foi instruída com o Inquérito Policial e recebida pelo sistema judiciário em fevereiro de 2020. Duas testemunhas também foram ouvidas em juízo e confirmaram os seus depoimentos prestados na sede policial.

Em abril de 2024 foi proferida a pena definitiva de seis meses de detenção. Segundo a juíza do caso, Anna Carla Falcão da Cunha Lima Alvez, o réu deveria iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime aberto. A pena foi substituída pelo prazo de dois anos prestando serviços à comunidade.

 

Filha tinha medida protetiva contra Gilson Cruz

Quando procurou a delegacia em 2019, após as agressões, um pedido de medida protetiva foi expedido contra Gilson Cruz pela prática crime de lesão corporal em decorrência de violência doméstica. A medida durou dois anos.

Em 2021, a adolescente declarou que não possuía interesse na manutenção das medidas protetivas deferidas, afirmando que reconciliou-se com seu pai.

 

Maria Vitória trabalhava para seu assassino

Conforme informações da delegacia de Monteiro, Maria Vitória conheceu Gilson quando começou a trabalhar na padaria dele há quase dois anos.

Logo depois, passaram a se relacionar e há 4 meses moravam juntos. A família aprovava o relacionamento da menor com o homem.

 

O que a lei brasileira diz sobre estupro

O g1 indagou sobre a possibilidade de crime sexual, dado a diferença grande de idade e o tempo do relacionamento. Apesar disso, a delegacia afirmou que o namoro se iniciou após a idade de consentimento brasileira, que é 14 anos.

Feminicídio aconteceu dentro de casa

O caso aconteceu na casa de Gilson, localizada no Loteamento de Apolônio, no bairro de Bernardino Lemos, em Monteiro. De acordo com testemunhas, Maria Vitória e Gilson estariam bebendo quando uma discussão foi iniciada. Foi nesse momento que o homem teria feito os disparos que matou a menina.

Investigações estão em curso para encontrar Gilson. Ele que segue foragido até a última atualização desta matéria, mas deve ser indiciado pelo crime de feminicídio.

 

Como denunciar

Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:

 

197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)

180 (Central de Atendimento à Mulher)

190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência)

Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e IOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.

As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.

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