O presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu indicar atuais e
ex-ministros para compor os conselhos de empresas estatais, além de secretários
e aliados políticos que ocuparam cargos em governos anteriores do PT.
Os encontros dos
conselhos, em geral, ocorrem uma vez a cada um ou dois meses. Cada estatal tem
uma remuneração diferente para as pessoas que integram os conselhos, que em
alguns casos chega à casa dos R$ 40 mil. Quem já ocupa cargo público e é
indicado para o posto pode acumular os salários, mesmo se o valor ultrapassar o
teto para o funcionalismo público.
Para o Conselho de
Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
por exemplo, o presidente nomeou Izabella Teixeira, que foi ministra de Meio
Ambiente no segundo mandato de Lula e durante a passagem de Dilma Rousseff (PT)
pela Presidência da República.
Além dela, o governo
federal indicou Jean Keiji Uema, assessor especial da Secretaria de Relações
Institucionais da Presidência da República, e Robinson Barreirinhas, secretário
especial da Receita Federal.
Para presidir o
Conselho de Administração do BNDES, a gestão Lula nomeou Rafael Lucchesi, que
foi secretário de Ciência e Tecnologia do governo da Bahia durante a gestão de
Jaques Wagner (PT).
Cada um deles vai
receber R$ 8,1 mil por mês e participar de, no máximo, seis reuniões por ano,
visto que o Conselho de Administração do BNDES tem reuniões ordinárias a cada
dois meses.
Para o Conselho Curador
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, vinculado à Caixa Econômica Federal,
o governo nomeou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Ele vai
receber um salário mínimo a cada sessão que comparecer. Até o fim do ano, o conselho
tem seis reuniões previstas.
Maiores
remunerações
Os cargos nos conselhos
de estatais que pagam as maiores remunerações, contudo, ainda não foram
preenchidos, casos de Petrobras e Itaipu Binacional. Para a petroleira, o
governo Lula já apresentou oito nomes, mas eles ainda serão analisados pela
empresa durante assembleia no próximo mês.
Já para a hidrelétrica,
o Executivo deve apresentar os sete nomes a que tem direito até o fim deste
mês. A tendência é de que todos os representantes sejam ministros de Estado.
Dois deles já têm assento garantido: os ministros de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, e de Relações Internacionais, Mauro Vieira. A remuneração para quem
integra o colegiado é de R$ 34 mil para reuniões a cada dois meses.