Com medo, professores e alunos organizam reação e criam grupos de WhatsApp para se proteger, mas não querem PM na escola

 



 

Rosas brancas e velas simbolizavam paz no ato organizado por alunos e professores em frente à Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste da capital paulista, na terça-feira (28), mas o clima era de consternação.

São em grupos de WhatsApp que os professores da região trocam informações sobre episódios suspeitos nas escolas em que trabalham. “É uma maneira de nos proteger”, disse um deles, que não será identificado, assim como os demais professores, alunos e mães de estudantes desta reportagem, para evitar possíveis retaliações.

Ao g1, outro docente relatou uma ameaça de alunos que estavam sofrendo bullying em uma outra escola da Zona Oeste, mesma diretoria de ensino do Thomazia. “Eles começaram a gritar que matariam todo mundo. Um outro professor viu, pediu providências à direção e questionou publicamente todos no grupo. Nós, como professores, cobramos”, disse. “O que aconteceu aqui [no Thomazia] despertou ainda mais o medo entre nós.”

Esses grupos não são exclusividade dos professores. Alunos da escola atacada mantêm um grupo em que trocam vídeos, imagens, informações e áudios sobre o que chamam de "pesadelo". O g1 teve acesso ao conteúdo trocado. É ali que estudantes compartilham seus traumas e, sem saber, o fim da inocência.

Eles relataram que estão apavorados com a possibilidade da presença da PM nas escolas, sugerida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após o ataque em entrevista ao Blog da Andréia Sadi. Num círculo, um grupo reivindicou melhores condições de ensino. Uma estudante se emocionou ao contar que a professora Elisabete Tenreiro, que morreu no ataque, era uma ótima conselheira: “Muitos conversavam com ela no lugar de conversar dos pais”, lembrou.

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