Projeto encomendado pela prefeitura há mais de cinco anos não foi concluído pelas autoridades
Em 2017 foi concluído um plano de redução de riscos na cidade de Petrópolis; segundo o estudo, mais de 15 mil casas estavam em área de risco alto ou muito alto. Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (17), o engenheiro geotécnico da Theopratique, Luiz Carlos Dias de Oliveira, um dos responsáveis pelo projeto, afirmou que as ações propostas no estudo mitigariam os riscos na região de morros da cidade.
O relatório – contratado pela prefeitura – seguia orientações da Caixa Econômica Federal, que é quem organiza as ações de plano de redução de risco no Brasil, de acordo com o entrevistado. As tempestades já causaram mais de 115 mortes em Petrópolis.
“Esse estudo – que foi feito entre 2015 e entregue no início de 2017 – ratificou as 102 áreas de risco alto e muito alto no primeiro distrito de Petrópolis, que é a região que concentra 60% da população petropolitana”, disse o engenheiro.
Luiz Carlos explicou que a análise englobou a região do Alto da Serra e várias localidades, que incluem o Morro da Oficina. “Essa é uma das áreas de talvez o maior risco geológico e geotécnico no município de Petrópolis”.
“Além do diagnóstico, da identificação, e a hierarquização dessas áreas, ao final produzimos uma série de propostas, de ações estruturais e não estruturais, com estimativas de custos para desenvolvimento dessas ações. É um plano para iniciar ações em todas as áreas de risco alto e muito alto no município”, detalhou Oliveira.
O projeto ainda não foi concluído pelas autoridades. Segundo o engenheiro, as soluções para as áreas de risco incluem várias frentes de ação, que mitigariam os riscos e evitariam tragédias dessa magnitude.
“Além das obras de contenção, é necessário que faça o controle urbano, além de um programa habitacional, tem que ter continuidade de programas habitacionais para acolher as pessoas de baixa renda. Certamente que se fosse feito pelo menos uma parte [do projeto] você mitigaria o risco nessa região e diminuiria o número de vítimas fatais”, afirmou o engenheiro.
A CNN tentou contato com a prefeitura de Petrópolis para saber o que foi feito em relação às medidas elencadas como fundamentais para reduzir os riscos de desastres por causas naturais, mas que poderiam ser evitados em decorrência de prévia ação humana. Porém, até o momento, não houve resposta.
CNN