Campanha e consulta prévia para Reitoria será totalmente virtual

Três chapas foram homologadas (Fotos: Divulgação)

Próximo Reitor ou Reitora da UFPB irá liderar uma comunidade formada por cerca de 50 mil pessoas
6 de agosto de 2020
Tem início o processo para a escolha de novo reitor ou reitora na Universidade Federal da Paraíba. A novidade são algumas mudanças nos procedimentos dos candidatos e da própria consulta por causa da epidemia da Covid-19. Em cumprimento à Lei 13.979, de fevereiro deste ano, as divulgações das candidaturas serão feitas por meios digitais – redes sociais, sites, mensagens eletrônicas, em plataformas de vídeo ou de áudio. A consulta prévia aos docentes, discentes, técnicos e demais servidores será eletrônica, não presencial, pelo sistema SigEleição da UFPB no dia 26 de agosto.

O próximo Reitor ou Reitora da UFPB irá liderar uma comunidade formada por cerca de 50 mil pessoas, sendo que 40 mil são estudantes de graduação. E, ainda, uma massa crítica de docentes, pesquisadores – uma força de trabalho para solução de problemas qualificada – em departamentos com laboratórios de ponta, mas que carecem de materiais e manutenção. Além disso, irá gerenciar um orçamento robusto que, em 2020, está previsto para alcançar R$ 1,87 bilhão (Portal da Transparência do Governo Federal). Já foram executados R$ 888,88 milhões, até o momento.
O Conselho Universitário da UFPB estabeleceu as regras para a consulta de 2020 com base em Decretos anteriores que regulamentam a escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior e considerou ainda a Lei federal que estabelece as medidas adotadas para enfrentamento ao contágio pelo novo coronavírus.
A Comissão Organizadora para a Consulta Prévia para reitor ou reitora e vice homologou no último domingo as candidaturas de três chapas que serão apresentadas nos próximos dias para a comunidade acadêmica que irá demonstrar suas preferências através de voto facultativo. Os nomes homologados formarão a lista tríplice em ordem do número de votos a ser encaminhada para o Ministério da Educação e Cultura (MEC) para, posteriormente, passar por nomeação pelo presidente da República.
Conforme a lei, o presidente da República pode nomear qualquer nome integrante da lista tríplice, independentemente do número de votos obtidos na consulta prévia feita na unidade acadêmica. Tradicionalmente, em anos anteriores, ocorreu o fato de o presidente homologar nomes mais votados. Contudo, no ano passado, Jair Bolsonaro escolheu o último candidato da lista para a Reitoria da Universidade Federal do Ceará, que obteve somente 4,61% do total dos votantes.
Por essa razão, o processo de mudança do Reitor universitário é considerado por grande parte da comunidade acadêmica uma oportunidade para debater a situação atual da universidade. Chama a atenção a baixa colocação da Universidade Federal da Paraíba no ranking das universidades latinoamericanas de 2020. Dentre as universidades brasileiras, a UFPB está na 87ª posição – entre 126 instituições públicas e privadas. E, no Nordeste, está na 7ª colocação.
O estudo se se baseia nos mesmos 13 rigorosos indicadores de desempenho que sustentam o ranking mundial das universidades, mas os pesos foram recalibrados para refletir as características das universidades da América Latina. As universidades são julgadas em todas as suas principais missões: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectivas internacionais.
Confira as propostas dos candidatos para a pergunta: Qual deverá ser o maior desafio imediato para a gestão?
Chapa: ‘Orgulho de ser UFPB’ – Valdiney Veloso Gouveira (reitor); Liana Filgueira Albuquerque (vice).
Valdiney – “Precisamos pensar globalmente e agir localmente dentro do espírito da universidade. Descentralizar e democratizar a gestão certamente é um primeiro passo, mas precisamos também empoderar os departamentos, pois lá é onde é feito o ensino, a pesquisa, é onde está a necessidade de investimentos. Também há que renunciar as práticas de reservas de recursos, ou de concentrá-los na Reitoria formando um ‘balcão’ para atender, unicamente, a aliados. É um desafio estimular a publicação qualificada, construir um programa institucional de bolsas de produtividade em pesquisa”.
Chapa: ‘Inovação com Inclusão’ – Terezinha Domiciano Dantas Martins (reitora); Mônica Nóbrega (vice).
Terezinha – “Desde que as atividades presenciais foram suspensas a UFPB ainda não formalizou um plano de contingenciamento para a retomada dos trabalhos administrativos presenciais ou semi-presenciais. Mesmo com o retorno às atividades presenciais, o modelo remoto deverá ser praticado; portanto, há necessidade de estabelecimento de estratégia de gestão administrativa e acadêmica para os novos processos decorrentes da pandemia. Trabalharemos firmemente para elaborar um plano de contingência geral e específico, por unidades acadêmicas, com medidas de prevenção e proteção. Vamos criar uma comissão de imediato para discutir o teletrabalho e o EaD como uma atividade rotineira da universidade
Chapa: ‘UFPB em primeiro lugar’ – Isac Almeida de Medeiros (reitor); Regina Celi Mendes Pereira da Silva (vice)
Isac Medeiros – “Primeiro, a curto prazo, a gestão se dedicará a administrar a crise gerada pela pandemia da Covid-19, um enfrentamento da situação que foge ao controle de todos e todas; garantir que todas as vidas sejam preservadas até chegarmos no novo normal, que deverá vir com uma vacina. Vamos definir protocolos de biossegurança. O segundo momento, pós-covid, daremos continuidade ao direito de formação de alto nível. O grande desafio é a questão do fomento para que a nossa instituição se estabeleça como uma das melhores do país. E, para isso, a gestão pretende apoiar a concorrência de nossos pesquisadores em editais a projetos científicos.
*Texto de Márcia Dementshuk, especial para o Portal Correio

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