O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez duras críticas à ocupação de militares em postos de comando no Ministério da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus, em funções antes exercidas por quadros técnicos.
Segundo ele, o vazio de comando na pasta não é aceitável. O general Eduardo Pazuello, que não tem nenhuma experiência prévia na área de saúde, exerce o posto de ministro interino há 57 dias, sem que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê sinais que nomeará um novo titular. Gilmar disse que a situação liga o Exército a um "genocídio" causado pela Covid-19.
"Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", criticou.
O ministro participou na tarde deste sábado (11) de um debate online organizado pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o médico Drauzio Varella também fizeram parte da bancada de debatedores.
Logo depois das declarações de Gilmar, Mandetta também criticou o que chamou de "ocupação militar" na pasta que comandou até abril. Segundo ele, a situação deveria ser tratada com a mesma indignação que ocorreu com as denúncias de que Bolsonaro tentava interferir na Polícia Federal.
"Parece que na minha sucessão trocaram metade, e depois trocaram absolutamente todo o corpo técnico. Aí que está o maior problema. Vi toda aquela discussão do ministro Moro e todos abrindo inquérito para saber se havia ingerência na PF. Acho muito importante que nós averiguemos a interferência na PF. Mas e o desmanche do Ministério da Saúde na maior pandemia do século?", desabafou. "E não é nem uma interferência no Ministério da Saúde, é uma aniquilação. Uma ocupação militar do Ministério da Saúde".
No início do debate, Mandetta já havia feito críticas à gestão de Pazuello à frente da pasta, marcada pela tentativa de esconder os dados sobre os contaminados e os mortos pelo novo coronavírus. Segundo ele, o "Ministério da Saúde perdeu a credibilidade" para dialogar com a sociedade.
Mandetta ainda alfinetou Pazuello. Ao assumir o cargo, o general foi elogiado por membros do governo por sua experiência em cargos ligados à logística do Exército. "Ao invés de especialistas em logística, parece que são especialistas em balística. Porque eu só vejo acúmulo de óbitos nessa política que está sendo feita", ironizou ao ser questionado sobre o protocolo para o uso da cloroquina implantado pela atual gestão do Ministério da Saúde.
Segundo ele, o vazio de comando na pasta não é aceitável. O general Eduardo Pazuello, que não tem nenhuma experiência prévia na área de saúde, exerce o posto de ministro interino há 57 dias, sem que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê sinais que nomeará um novo titular. Gilmar disse que a situação liga o Exército a um "genocídio" causado pela Covid-19.
"Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", criticou.
O ministro participou na tarde deste sábado (11) de um debate online organizado pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o médico Drauzio Varella também fizeram parte da bancada de debatedores.
Logo depois das declarações de Gilmar, Mandetta também criticou o que chamou de "ocupação militar" na pasta que comandou até abril. Segundo ele, a situação deveria ser tratada com a mesma indignação que ocorreu com as denúncias de que Bolsonaro tentava interferir na Polícia Federal.
"Parece que na minha sucessão trocaram metade, e depois trocaram absolutamente todo o corpo técnico. Aí que está o maior problema. Vi toda aquela discussão do ministro Moro e todos abrindo inquérito para saber se havia ingerência na PF. Acho muito importante que nós averiguemos a interferência na PF. Mas e o desmanche do Ministério da Saúde na maior pandemia do século?", desabafou. "E não é nem uma interferência no Ministério da Saúde, é uma aniquilação. Uma ocupação militar do Ministério da Saúde".
No início do debate, Mandetta já havia feito críticas à gestão de Pazuello à frente da pasta, marcada pela tentativa de esconder os dados sobre os contaminados e os mortos pelo novo coronavírus. Segundo ele, o "Ministério da Saúde perdeu a credibilidade" para dialogar com a sociedade.
Mandetta ainda alfinetou Pazuello. Ao assumir o cargo, o general foi elogiado por membros do governo por sua experiência em cargos ligados à logística do Exército. "Ao invés de especialistas em logística, parece que são especialistas em balística. Porque eu só vejo acúmulo de óbitos nessa política que está sendo feita", ironizou ao ser questionado sobre o protocolo para o uso da cloroquina implantado pela atual gestão do Ministério da Saúde.
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