Os Bombeiros da cidade de Sousa, no Sertão paraibano, estão realizando uma força tarefa para combater um incêndio em uma mata na cidade de São José da Lagoa Tapada, na mesma região. Conforme relatou o comandante do 6º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Sousa, major Charlton Ribeiro, o fogo é recorrente e o incêndio já dura 13 dias.
De acordo com o major Charlton Ribeiro, o foco do incêndio fica localizado no pé de uma serra, na zona rural do município. O fogo teria começado no dia 6 de setembro. “O incêndio é recorrente. Desde o dia 7 que estamos realizando uma força tarefa pra controlar o fogo. Nós até conseguimos conter as chamas, mas na quarta-feira [11], o fogo se alastrou de novo”, explicou.
Conforme o comandante, os bombeiros também conseguiram apagar o incêndio na quarta-feira (11), mas, no último domingo (15), o fogo se alastrou novamente. “O grande problema está na população, que insiste em fazer a limpeza de terrenos e queimam a vegetação, daí o fogo se alastra e, como lá é um local de difícil acesso, o fogo é recorrente”, declarou o major.
O major afirma que 95% das queimadas são provocadas por intervenção humana. “A maioria desses incêndios é ação do homem, porque mesmo com condições de clima seco, em período árido, grande parte dessas queimadas continuam sendo de responsabilidade da população, e não de condições naturais”, destacou.
Trabalho reativo e preventivo
O comandante do 6º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Sousa explica que desde o dia 7 de setembro que as equipes estão realizando um trabalho reativo, através de um plano de ação. Segundo o major, há também uma preocupação com o trabalho preventivo, em que a população está sendo orientada sobre as queimadas.
“A gente tá fazendo uma força tarefa, um trabalho reativo pra controlar esse fogo recorrente. Em paralelo a isso, através de um comunicado junto ao Ministério Público, estamos planejando também um trabalho preventivo, precisamos orientar e impactar as pessoas, e explicar que a nível de Governo Federal essas práticas de queimadas são consideradas como crime ambiental”, salientou major Charlton Ribeiro.
Ainda segundo o comandante, uma palestra com a população da zona rural de São José da Lagoa Tapada está marcada para a sexta-feira (20), com intuito de conscientizar esses moradores. ”Além de conscientizar, vamos dar um treinamento de manejo básico do fogo na vegetação também, para situações como essa que vem acontecendo na região”, pontuou.
Fogo preocupa moradores
Moradores da cidade de São José de Lagoa Tapada relataram que o fogo começou no dia 6 de setembro e até então vem se alastrando na mata. Segundo os relatos, algumas pessoas da cidade até adoeceram por causa da fumaça causada pelo incêndio.
A agricultora Maria do Desterro diz que é um fogo que causa medo. “Teve um dia desses que fiquei muito nervosa, não tava vendo mais nada, era muita fumaça dentro de casa”, conta.
Na comunidade de Picada, zona rural do município, as faíscas do fogo na mata chegaram até casas da cidade. Uma das moradores relatou que percebeu faíscas dentro da casa dela, em cima da cama e do sofá da sala.