Polícia faz nova investigação sobre 'agulhadas' no São João 2018 de Campina Grande


A Polícia Civil abriu um novo inquérito para apurar as "agulhadas" durante o São João 2018 em Campina Grande. Na época, o Hospital de Trauma de Campina Grande notificou mais de 30 casos suspeitos de vítimas que teriam sofrido agressões com agulhas de seringas, no Parque do Povo. A investigação teve início após uma representação feita pela Prefeitura de Campina Grande ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público, após o arquivamento do primeiro inquérito.

Na atual investigação, a Polícia Civil intimou funcionários do Hospital de Trauma de Campina Grande para prestar esclarecimentos em relação às notificações. O delegado Damião Marçal está à frente do caso e confirmou que servidores do hospital estão sendo intimados para depoimentos, mas só vai dar esclarecimentos sobre o caso ao fim do inquérito.

A delegada seccional Tatiana Matos informou que o inquérito está em fase de conclusão e foi aberto após solicitação do Ministério Público da Paraíba, e apura, entre outras coisas, se houve manipulação de informações divulgadas pelo Hospital de Trauma no caso das "agulhadas".

A investigação inicial sobre as "agulhadas", ocorrida em 2018, foi arquivada, depois que o inquérito aberto pelo delegado Henry Fábio, da Polícia Civil de Campina Grande, e concluído sem identificação de possíveis suspeitos. A polícia também relatou a falta de continuidade do acompanhamento por parte das pessoas que teriam sido vítimas.

Na época, o delegado destacava a dificuldade de confirmação de lesões, tendo em vista que a perfuração provocada por uma agulha de seringa poderia ser facilmente confundida com outros tipos de ferimento. O delegado também destacava que, em alguns casos, exames específicos do Instituto de Polícia Científica (IPC) poderiam confirmar as agressões.

Prefeitura pediu nova investigação

Na representação feita ao MPPB solicitando nova investigação, a Prefeitura diz que o surgimento dos casos trouxe prejuízos para o Maior São João do Mundo 2018 e que a divulgação por parte do Hospital de Trauma provocou pânico entre os forrozeiros.

“Cada dia que passava o alarme, o pânico se aguçava entre turistas e frequentadores com a implacável e 'pontual' informação de representantes do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga (em Campina Grande) sobre um suposto ataque com agulhas no interior do Parque do Povo e o número de frequentadores e turistas foi sendo reduzido, drasticamente”, diz o texto do documento da prefeitura.

A direção do Hospital de Trauma de Campina Grande afirmou que as vítimas procuraram a unidade de saúde espontaneamente. No primeiro inquérito, a Polícia Civil apurou o relato feito por 17 pessoas que teriam sofrido as supostas agulhadas. Depois de meses de investigações, nenhuma pessoa foi indiciada e os supostos autores das lesões também não foram encontrados.

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