De consumidora à produtora de maconha, a
Paraíba cultiva a erva e já exporta para Pernambuco. Nos últimos quatro
anos, a Paraíba entrou significativamente na rota de produção da droga,
com plantios encontrados em municípios do Sertão, Cariri e Agreste. A
cidade de Monteiro, no Cariri, é considerada pela polícia e
especialistas em combate às drogas como a principal área de risco, por
conta da localização geográfica favorável à ação de traficantes
foragidos do ‘Polígono da Maconha’, em Pernambuco. Em Prata e Ouro Velho
(próximos a Monteiro), também já houve descoberta de plantios.
Monteiro, há quatro anos, já era apontado pela Polícia Federal como um
dos 10 principais produtores de maconha, em mapa que ainda colocou na
rota, Catolé do Rocha, Princesa Isabel e outras sete cidades.
Monteiro, maior produtor da Paraíba
Apreensões feitas em cinco municípios da
Paraíba e em Sertânia (PE) confirmam o potencial do Estado como produtor
de maconha: 7,5 toneladas da droga e 306 mil pés da erva cultivados em
solo paraibano foram apreendidos entre 15 de abril de 2011 e 6 de
novembro deste ano. Entre as cidades estão Prata e Ouro Velho, no
Cariri, próximas a Monteiro, considerado o maior produtor de maconha da
Paraíba.
A apreensão de quase 3 toneladas de
maconha produzidas no Sítio Generoba, a 25 Km de Monteiro, não foi a
primeira colheita realizada pela quadrilha responsável. A Polícia Civil
informou que o bando já havia plantado pelo menos 4,7 toneladas,
apreendidas em Sertânia (PE), em agosto deste ano. No sítio, os
criminosos já preparavam mais 4 hectares para novo plantio.
Não é de hoje que traficantes enxergam a
Paraíba como área propícia à produção, mas a fuga deles para o Estado se
intensificou nos últimos anos, com a pressão policial nas cidades do
‘Polígono da Maconha’, em Pernambuco. De 2011 a 2013, as polícias
Federal, Civil e Militar encontraram os 306 mil pés de maconha em cinco
plantios que, juntos, somavam uma área de 20 hectares.
O primeiro destes foi descoberto no dia 15
de abril de 2011, em Prata, após dois pescadores encontrarem a
plantação de mil pés da erva. Quatro dias depois, a Polícia Federal
encontrou uma área com 20 mil pés de maconha na zona rural de Queimadas,
no Agreste. No mesmo ano, a Polícia Civil encontrou um plantio com 25
mil pés em Ouro Velho.
As maiores descobertas já realizadas em
território paraibano aconteceram este ano. A primeira em uma comunidade
rural localizada entre as cidades de São Bento e Catolé do Rocha, no
Sertão. No sítio, foram encontrados 62 mil pés plantados em 3 hectares e
em fase de colheita. A última e considerada a maior descoberta foi em
outubro, na zona rural de Monteiro, quando foram encontrados 10 hectares
onde haviam sido plantados cerca de 200 mil pés de maconha, que já
estavam em fase de produção. Ao todo, foram apreendidos quase 3 mil
quilos.
A descoberta chamou a atenção das
autoridades policiais e da justiça e mostrou a vulnerabilidade do
Estado. De acordo com o agente aposentado da Polícia Federal, com larga
experiência no combate ao tráfico de drogas, Deusimar Guedes, os
municípios que fazem divisa com Pernambuco, são os preferidos pelos
traficantes, por acharem que nessas localidades é possível produzir e
exportar a droga com facilidade.
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