Após quase quatro anos de convivência, o
sanitarista Roberto Maia e o economista Davi Caju disseram ‘sim’ e
realizaram o primeiro casamento civil homoafetivo do Agreste da Paraíba,
após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A cerimônia oficiada
pelo juiz de Direito Henrique Jácome ocorreu nesta terça-feira (9), no
Fórum Almir Carneiro Fonseca, na cidade de Itabaiana.
Segundo dados de entidades LGBT, a
Paraíba é uma das 12 unidades da Federação (11 Estados e o Distrito
Federal) que autorizaram o casamento civil no cartório.
Os noivos se vestiram no estilo esporte
fino e se casaram durante uma cerimônia coletiva. O casal chegou ao
cartório acompanhado por amigos. Roberto Maia e Davi Caju se emocionaram
durante a cerimônia, que durou alguns minutos. A justiça já tinha
concedido a eles a união estável.
O casal programou uma cerimônia espírita
e ‘festa privê’ para 70 convidados a serem realizadas no próximo
domingo (14), em uma badalada casa de recepção de João Pessoa.
Juntos desde 2009, Roberto e Davi se
conheceram graças a uma amiga em comum que os apresentaram e três meses
depois eles já dividiam o mesmo espaço. “Foi uma paixão avassaladora.
Nos conhecemos na praia de Tambaú, namoramos e três meses depois já
estávamos morando juntos”, comentou Roberto Maia com um largo sorriso.
A escolha do casal pela pacata cidade de
Itabaiana, distante 80 km de João Pessoa (Capital da Paraíba), teve
dois motivos especiais: grandes amigos e o baixo número de participantes
do casamento coletivo. “Temos grandes amigos em Itabaiana que sempre
nos apoiaram. Frequentemente estamos na cidade participando de eventos,
descansando. Outro fator importante foi que em Itabaiana apenas cinco
casais, dentre eles, eu e meu companheiro, estávamos marcados para se
casar. Foi tudo perfeito, inclusive, o juiz que deu uma lição de
cidadania”, enfatizou Maia.
Em 2010, o casal conquistou na Justiça a
união estável. Porém, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
aprovou uma resolução que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o
casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento,
Roberto e Davi decidiram realizar o casório devido algumas conquistam
que serão adquiridas, como por exemplo, adotar crianças.
“Eu e meu companheiro temos a pretensão
de adotar uma criança. Com o casamento civil a gente pode. Agora temos
todos os benefícios e regras do casamento, como pensões, herança fiscal,
imposto de renda, segurança social, benefícios de saúde, e etc. Foi uma
conquista nossa e isso é uma resposta ao preconceito que, infelizmente,
ainda é muito latente na Paraíba, que lidera o ranking de crimes
homofóbicos no Brasil”, revela Roberto Maia.
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