Em São Bernardo, Lula falou ainda dos avanços durante os dez anos
O ex-presidente Lula desmentiu ontem boatos sobre sua saúde que vêm circulando pela internet de forma leviana. “Existem boatos de que estou com metástase, de que vou escondido fazer tratamento. Se eu tivesse jamais esconderia. Graças a Deus não tenho mais câncer, tenho que fazer meus exames de rotina e não é correto que algum canalha, imbecil fique pela internet contando essas mentiras”, afirmou para os estudantes da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo, na Grande São Paulo“Vou fazer exames e se eu tiver (câncer) vou ser o primeiro a falar”, acrescentou. “Graças a Deus eu não tenho mais câncer (...) Tenho que fazer exames de controle de quatro em quatro meses durante cinco anos”, contou, lembrando que o próximo será feito em agosto e que se tivesse alguma coisa, “jamais esconderia”.
Política externa - O ex-presidente esteve em São Bernardo para participar do encerramento da Conferência Nacional 2003-2013: Uma nova política externa”, onde analisou as transformações do nosso país no contexto mundial, destacando três aspectos principais: o combate à fome, o estreitamento das relações entre Brasil, América Latina e África, e a luta pela construção de uma governança global.
“Uma das coisas que me orgulho na nossa política externa é ter conseguido colocar a questão da fome como central (...) Eles queriam falar de comércio internacional e eu querendo debater a questão da fome”, afirmou aos jovens estudantes. Ele também destacou a aproximação do nosso país com a África e a América Latina: “Queremos ter relação com os Estados Unidos, o que não podemos é nos tornar dependentes. Por isso nos voltamos para a América Latina”. Lembrou, ainda, do grande aumento da presença de empresas brasileiras nos países latino-americanos a partir do seu governo.
Já sobre a África, o ex-presidente foi categórico: “Nós não podemos pagar nossa dívida com a África em dinheiro, mas podemos pagar com solidariedade”. Durante seu governo, cerca de 19 novas embaixadas brasileiras foram criadas na África e o comércio entre o Brasil e os países do continente saltou de US$ 5bi para US$26 bi. O ex-presidente também defendeu a entrada do nosso país e de outros no Conselho de Segurança da ONU.
Ele também alertou para a urgência de contarmos com uma governança global eficiente, ainda mais em tempos de crise como o nosso - “Quem vai ajudar a regular o sistema financeiro hoje?”, questionou – onde a ONU não tem forças e não mais representa a atual correlação de forças mundiais. Já sobre o reconhecimento mundial do nosso país hoje, o ex-presidente Lula considerou que "a verdade é que nós não éramos levados a sério. Mas porque nós não nos respeitávamos. Uma parte dirigente deste país tinha complexo de vira-lata".
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