A greve dos professores e técnicos
administrativos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completa 53
dias nesta terça-feira (16) sem perspectiva de término. Mesmo a reitoria
estando aberto a negociação, tendo inclusive se reunido diversas vezes
com o comando de greve das duas categorias, a greve permanece
comprometendo o calendário letivo da instituição. Com a paralisação,
cerca de 22 mil alunos dos 8 Campus da instituição estão sem aulas. Por
conta da greve o atendimento nas Clínicas Escolas de Fisioterapia,
Odontologia, Psicologia e Enfermagem instaladas no Campus I em Campina
Grande, estão sem funcionar, prejudicando centenas de pessoas que
dependem dos serviços oferecidos gratuitamente pela universidade.
Mais de 1.800 atendimentos deixaram de ser
realizados nas quatro unidades de saúde da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB), no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, desde que
professores e servidores técnicos, deflagraram greve no final do mês
passado. Por causa disso, os pacientes que utilizavam os serviços nas
clínicas de Fisioterapia, Odontologia, Enfermagem, Psicologia e no
Laboratório de Análises Clínicas (LAC) estão tendo que buscar
atendimento em outras unidades vinculadas ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
Os docentes reivindicam um reajuste
salarial de 17,7%, e os técnicos administrativos solicitaram
inicialmente reajuste de 10,5%. Segundo o reitor da UEPB, Rangel Júnior,
a paralisação já impediu o cumprimento do ano letivo ainda em 2013. "O
período letivo não tem a menor condição de ser concluído dentro do
semestre como era previsto, já temos as férias de julho comprometidas e
as de dezembro e janeiro também parcialmente comprometidas. O ano letivo
não se encerra mais em 2013, pois se foram mais de 45 dias de aulas
perdidas e não se pode imprensar o calendário porque os programas
precisam ser cumpridos”, relatou Rangel Júnior.
O reitor reafirma que o orçamento
disponível para a universidade este ano, impossibilita qualquer
concessão de reajustes. Todos os cálculos e projeções, segundo ele,
mostram que a instituição não tem condições de oferecer os reajustes. A
previsão orçamentária para a UEPB para este ano é de R$ 231 milhões, mas
dados da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplad)
apontam que só a despesa com pessoal vai consumir cerca de R$ 201
milhões. De acordo com o reitor Rangel Júnior, o peso atual da folha de
pagamento inibe a capacidade de investimento da universidade e impede a
concessão de reajustes aos grevistas. O valor do orçamento da UEPB
aprovado na Assembleia Legislativa foi de R$ 241 milhões, devido à
inclusão de R$ 10 milhões em emendas parlamentares, mas o valor das
emendas ainda não foi executado pelo governo.
O presidente da Associação dos Docentes da
UEPB (AduePB), José Cristovão de Andrade, garante que o movimento já
atingiu mais de 80% da categoria. Na semana passada, o comando de greve
dos dois sindicatos resolveram cobrar do governo do Estado uma postura, e
exigiram o restabelecimento da Lei da Autonomia.
A Assembleia Legislativa realizou uma
sessão especial para debater a greve da UEPB. Uma comissão composta por
representantes da instituição, do comando de greve, representante dos
estudantes, representante ALPB e do Sindicato dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes) foi formada.
O deputado Vituriano de Abreu (PSC), que
foi relator na Assembleia do projeto de Orçamento do estado para 2013,
disse durante a audiência pública que os parlamentares apresentou em
2012 uma emenda de R$ 10 milhões para serem aplicados na universidade.
Ele lembrou que a Emenda foi aprovada pela Casa de Epitácio Pessoa e
sancionada pelo governo. “É bom que se registre que esta emenda é um
acréscimo para o orçamento normal da UEPB para este ano”, afirmou.
Na última quinta-feira, atendendo
propositura do vereador Bira (PSB) a Câmara Municipal de João Pessoa
(CMJP), também realizou uma sessão especial para debater a situação da
paralisação das atividades da UEPB que está prejudicando mais de 22 mil
alunos em todo o estado. Durante a sessão, os grevistas afirmaram que
revistas o governo estava descumprindo lei da autonomia. O senador
Cícero Lucena que também participou da sessão, lamentou a
insensibilidade do governo do Estado, o responsável segundo ele, pela
crise na instituição. "O que temos visto é um total desrespeito do
governo com a universidade. A UEPB deveria ser um suporte para
oportunizar a interiorização do ensino superior no estado”lamentou.
Os professores da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB), paralisaram as atividades no dia 21 de fevereiro,
enquanto que os técnicos administrativos entraram em greve no dia 20 do
mesmo mês.
|
Tags
Educação