Plano de casal britânico era resgatar filhos e culpar ex-amante, em caso que chocou a Grã-Bretanha
Os pais de seis crianças que morreram durante um
incêndio em casa, num caso que chocou a Grã-Bretanha, foram condenados
por homicídio culposo. Nesta quarta-feira (3), o tribunal em que eles
foram julgados durante oito semanas divulgará a sentença.
Um amigo do casal, Paul Mosley, também foi condenado.
Philpott Jade, de 10 anos, e os irmãos John, nove, Jack, oito, Jessie, seis e Jayden, de cinco anos, morreram em Derby, na Inglaterra, pouco depois de a casa pegar fogo na manhã do dia 11 de maio do ano passado. Outro irmão, Duwayne, de 13 anos, morreu três dias depois no hospital.
Mick Philpott, de 55 anos, e sua mulher Mairead, de 31, iniciaram o incêndio enquanto os filhos dormiam num suposto plano para culpar a ex-amante de Mick, Lisa Willis. Ela morou com o casal até fevereiro de 2012, mas decidiu sair de casa, levando com ela seus cinco filhos — quatro deles de Mick. Sua decisão teria sido uma reação ao "comportamento manipulador e controlador" do marido.
"Há evidências de que Philpott não estava preparado para deixar Lisa partir levando com ela os filhos do casal", disse o promotor James House diante do júri.
"Ele queria Lisa e seus filhos de volta e disse a várias testemunhas que tinha um plano", acrescentou House.
De acordo com a promotoria, o plano "deu totalmente errado" dois minutos depois que o fogo começou porque as chamas consumiram a casa rapidamente. O casal e Paul Mosley pretendiam colocar todas as crianças num quarto nos fundos da casa e resgatá-las com um escadote, mas não deu tempo.
Segundo os promotores, Mick Philpott queria posar de "herói e vítima", resgatando as crianças e implicando Lisa na tragédia horas antes de ela comparecer ao tribunal para discutir com Mick sobre a guarda dos filhos.
Gravações
Mas poucos dias depois do incêndio, Mick e Mairead se tornaram suspeitos. Cientistas forenses encontraram rastros de petróleo nas roupas do casal e de Mosley e a polícia obteve permissão para gravar as conversas do casal no quarto do hotel onde estavam hospedados.
Nas gravações, os policiais ouviram Mick pedir claramente a Mairead que "confirmasse sua versão da história" na véspera de ela dar depoimento como testemunha à polícia.
Depois de presos e indiciados, os investigadores ouviram novamente Mick fazer o mesmo pedido à mulher a bordo de uma van que os levava para a primeira audiência no tribunal.
Quando questionados durante o julgamento, o casal justificou que o comentário significava que Mairead não contaria aos policiais detalhes sobre sua vida sexual, que incluía um ménage à trois com Paul Mosley.
Mosley teria ido à casa dos Philpotts na noite do incêndio e feito sexo com Mairead em cima de uma mesa de sinuca, com consentimento e estímulo do marido.
Participação na TV e violência
Em 2006, Mick Philpott foi notícia em vários jornais ingleses após pedir ao governo uma casa maior para a família. Pouco tempo depois, ele e Mairead participaram de um programa diário de grande audiência na TV britânica, The Jeremy Kyle Show, em que contaram alguns detalhes sobre sua atribulada vida sexual.
Mick ainda disse que não conseguia trabalho por ter passagem pela polícia. Em 1978, ele esfaqueou a namorada depois que ela terminou o relacionamento. Ao tentar intervir, a mãe da vítima também foi atacada.
Em comunicado lido ao final do julgamento, a irmã de Mick, Dawn Bestwick, disse que "a justiça foi feita".
A família de Mairead também se pronunciou dizendo que "as crianças foram mortas da forma mais brutal possível pelas pessoas que mais deveriam amá-las e protegê-las".
Um amigo do casal, Paul Mosley, também foi condenado.
Philpott Jade, de 10 anos, e os irmãos John, nove, Jack, oito, Jessie, seis e Jayden, de cinco anos, morreram em Derby, na Inglaterra, pouco depois de a casa pegar fogo na manhã do dia 11 de maio do ano passado. Outro irmão, Duwayne, de 13 anos, morreu três dias depois no hospital.
Mick Philpott, de 55 anos, e sua mulher Mairead, de 31, iniciaram o incêndio enquanto os filhos dormiam num suposto plano para culpar a ex-amante de Mick, Lisa Willis. Ela morou com o casal até fevereiro de 2012, mas decidiu sair de casa, levando com ela seus cinco filhos — quatro deles de Mick. Sua decisão teria sido uma reação ao "comportamento manipulador e controlador" do marido.
"Há evidências de que Philpott não estava preparado para deixar Lisa partir levando com ela os filhos do casal", disse o promotor James House diante do júri.
"Ele queria Lisa e seus filhos de volta e disse a várias testemunhas que tinha um plano", acrescentou House.
De acordo com a promotoria, o plano "deu totalmente errado" dois minutos depois que o fogo começou porque as chamas consumiram a casa rapidamente. O casal e Paul Mosley pretendiam colocar todas as crianças num quarto nos fundos da casa e resgatá-las com um escadote, mas não deu tempo.
Segundo os promotores, Mick Philpott queria posar de "herói e vítima", resgatando as crianças e implicando Lisa na tragédia horas antes de ela comparecer ao tribunal para discutir com Mick sobre a guarda dos filhos.
Gravações
Mas poucos dias depois do incêndio, Mick e Mairead se tornaram suspeitos. Cientistas forenses encontraram rastros de petróleo nas roupas do casal e de Mosley e a polícia obteve permissão para gravar as conversas do casal no quarto do hotel onde estavam hospedados.
Nas gravações, os policiais ouviram Mick pedir claramente a Mairead que "confirmasse sua versão da história" na véspera de ela dar depoimento como testemunha à polícia.
Depois de presos e indiciados, os investigadores ouviram novamente Mick fazer o mesmo pedido à mulher a bordo de uma van que os levava para a primeira audiência no tribunal.
Quando questionados durante o julgamento, o casal justificou que o comentário significava que Mairead não contaria aos policiais detalhes sobre sua vida sexual, que incluía um ménage à trois com Paul Mosley.
Mosley teria ido à casa dos Philpotts na noite do incêndio e feito sexo com Mairead em cima de uma mesa de sinuca, com consentimento e estímulo do marido.
Participação na TV e violência
Em 2006, Mick Philpott foi notícia em vários jornais ingleses após pedir ao governo uma casa maior para a família. Pouco tempo depois, ele e Mairead participaram de um programa diário de grande audiência na TV britânica, The Jeremy Kyle Show, em que contaram alguns detalhes sobre sua atribulada vida sexual.
Mick ainda disse que não conseguia trabalho por ter passagem pela polícia. Em 1978, ele esfaqueou a namorada depois que ela terminou o relacionamento. Ao tentar intervir, a mãe da vítima também foi atacada.
Em comunicado lido ao final do julgamento, a irmã de Mick, Dawn Bestwick, disse que "a justiça foi feita".
A família de Mairead também se pronunciou dizendo que "as crianças foram mortas da forma mais brutal possível pelas pessoas que mais deveriam amá-las e protegê-las".
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