Cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio é o novo Papa e será chamado de Francisco

Na quinta votação do conclave, novo papa foi escolhido

O cardeal protodiácono francês Jean-Louis Tauran anunciou na noite desta quarta-feira que o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, é o novo papa da Igreja Católica. Tauran apareceu às 20h14 (16h14) no balcão central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e proferiu a tradicional frase Habemus Papam, anunciando na sequência o novo líder da Igreja Católica. Ele escolheu o nome de Francisco, alcunha que jamais fora usada.
Vestido inteiramente de branco, ele apareceu no balcão da basílica às 20h22 (16h22), cerca de 1h20 depois da fumaça branca que anunciou. Em seguida, falando em italiano, ele se dirigiu os fiéis reunidos na Praça São Pedro. "Irmãs e irmãos, boa noite", foram as primeiras palavras de Bergoglio como papa.
Ele pediu uma oração em nome do Papa Emérito Bento XVI e conduziu o "Pai Nosso", reproduzido em coro pela multidão de fiéis.
Bergoglio nasceu em 1936 em Buenos Aires. Ele foi nomeado cardeal em 2001 por João Paulo II e atualmente era o arcebispo da capital argentina. O novo papa não estava entre os principais cotados por especialistas, nem por casas de apostas. Ele é o primeiro papa sul-americano. O nome Francisco é uma homenagem a São Francisco de Assis.
Jorge Bergoglio, 76 anos, tem origem jesuíta e ficou conhecido por haver sido responsável na América Latina pela redação do documento sobre o segredo de Aparecida. Figura controvertida no cenário argentino, ele se destaca por sua forte personalidade e pelo afrontamento declarado à atual força política do país, o Kirchnerismo.
Após quatro votações inconclusivas em pouco menos de 24 horas, a fumaça branca apareceu às 19h05 (15h05, de Brasília) desta quarta-feira ao fim do quinto escrutínio, para a alegria e emoção da multidão reunida.
Entre a fumaça e o anúncio do nome do eleito, um período que durou mais de uma hora, o público celebrou e entoou coros de "viva, o Papa". A multidão também reagiu intensamente quando uma banda executou o hino italiano dentro das dependências da praça.
O Conclave
O cerimonial do Conclave papal iniciou na manhã de terça-feira (dia 12), com a realização da missa Pro Eligendo Papa. Na parte da tarde, os 115 cardeais se reuniram na Capela Sistina e prestaram, um por um, juramento de manter segredo durante a duração do processo eleitoral. Em seguida, as portas foram fechadas. Às 19h42 (15h42 de Brasília), a primeira fumaça negra foi expelida, indicando que o primeiro dia acabava sem que um papa fosse escolhido.
Os cardeais retomaram a votação por volta das 9h30 (5h30) desta quarta-feira. Por volta das 11h40 (7h40), a chaminé voltou a expelir fumaça negra, o que significa que um consenso não foi alcançado nas duas votações do turno da manhã. Os cardeais voltaram a se reunir na parte da tarde e acredita-se que um escrutínio tenha ocorrido sem que fumaça alguma fosse expelida. Na última votação do dia, eles chegaram a um consenso.
Renúncia de Bento XVI
Após cerca de oito anos de papado, Bento XVI surpreendeu o mundo na manhã do dia 11 de fevereiro e anunciou durante um encontro rotineiro com os cardeais que estava renunciando ao posto e deixaria o comando da Igreja Católica no dia 28 de fevereiro. A primeira vez que um papa abandonou o cargo em 600 anos. Joseph Ratzinger alegou que sua "idade avançada" já não lhe permitia exercer suas funções adequadamente.
Ao deixar o posto de papa, Bento XVI se transferiu para a residência papal de verão em Castel Gandolfo no dia 28, onde está até o presente momento aguardando pela reforma de um apartamento no Vaticano que deve lhe servir de moradia no futuro. A partir de sua renúncia, ele passou a ser conhecido Papa Emérito Bento XVI.
Após a renúncia ser oficializada, o Colégio Cardinalício iniciou um processo de deliberações que culminou com a convocação do Conclave papal para o dia 12 de março.​

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