Usuários voltam a usar crack após 1º dia de internação involuntária no Rio

Dependentes usam a drogra próximo a cabine montada pela Polícia Militar. No total, 99 pessoas foram acolhidas após ação na madrugada de terça.


Pessoas voltam a consumir crack na Avenida Brasil após operação (Crédito: (Foto: João Bandeira de Mello/G1))
Após o primeiro dia de internação involuntária, usuários de crack no Rio voltaram a usar a droga 200 metros à frente de uma base montada por agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal, na madrugada desta quarta-feira (20), como mostrou o Bom Dia Rio. Na megaoperação realizada na terça-feira (19), a prefeitura informou que dos 91 adultos acolhidos em cracolândia na Avenida Brasil, 29 permanecerão internados involuntariamente, e 30 por vontade própria. Oito menores também foram acolhidos na ação.
"A gente não tem a pretensão de acabar com o consumo de crack com uma operação. Até porque a venda do crack ali [Maré] continua e obviamente vai ter gente consumindo crack naquele entorno. O que nós precisávamos era entrar e resolver muito rapidamente aquele acampamento enorme que se formou e que era um perigo não só para quem consumia droga ali, mas também para todas as pessoas que passavam pela Avenida Brasil diariamente", explicou o secretário de Governo, Rodrigo Bethlem.
Não há um prazo determinado para que eles recebam alta. O tempo de tratamento vai depender de cada paciente. Ao todo, 6,5 mil dependentes foram acolhidos, nos últimos dois anos. Horas ou dias depois, no entanto, eles já estavam de volta às ruas e ao vício.
Lei federal

Em junho de 2011, a internação se tornou obrigatória para menores de idade. Diante do avanço do crack, em outubro de 2012, o prefeito Eduardo Paes anunciou a decisão de internar involuntariamente adultos viciados, com base em uma lei federal.
A internação é garantida por meio de um atestado médico apenas em dois casos: quando o dependente corre risco de morte ou quando já não tem condições de decidir pelo tratamento.
“A gente vê a internação compulsória como um programa de estado que visa limpar as ruas, não como tratamento, o atendimento, o acolhimento, a redução das condições que levam os indivíduos a fazer uso destas substâncias”, diz a psicóloga Lidia Alves.
Tratamento médico

A prefeitura disse que vai oferecer tratamento médico e psicológico aos usuários. “Nós temos que verificar três pontos: condições médicas, toxicologias, abstinências, condições psiquiátricas e socioeconômicas, para que a gente possa fazer reinserção, para tratar doenças, ou gravidez, para dar suporte e dar atenção psicológica que eles merecem”, explica João Luiz Ferreira Costa, subsecretário de Atenção Hospitalar.
“Nós vamos procurar famílias, vamos nas casas e vamos procurar nexo possível daquela pessoa para tentar encontrar esperança para ela”, diz Adilson Pires, secretário municipal de Desenvolvimento Social.

G1 Rio de Janeiro

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