No ano passado, dívida pública subiu R$ 141 bilhões, diz Tesouro. R$ 66,1 bilhões se devem a recursos para bancos públicos.
A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, subiu 7,55% em 2012, para R$ 2 trilhões, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (5) pela Secretaria do Tesouro Nacional.O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 141 bilhões. Em 2011, a dívida pública havia registrado o crescimento de 10,17%, ou R$ 172,3 bilhões, para R$ 1,86 trilhão.
Fatores para o crescimento
O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado, principalmente, com a apropriação de juros no valor de R$ 207,9 bilhões.
Mas a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 45 bilhões em 2012 (incluído dentro das emissões totais de títulos da dívida), além da emissão de R$ 21,1 bilhões para capitalizar o Banco do Brasil (R$ 8,1 bilhões) e a Caixa Econômica Federal (R$ 13 bilhões), também influenciaram o crescimento da dívida no ano passado.
Somente a injeção de recursos nos bancos públicos, por meio da emissão de títulos da dívida do governo, somou R$ 66,1 bilhões em 2012 – o que equivale a 46,8% de todo o crescimento da dívida pública no período – que somou R$ 141 bilhões.
A dívida líquida só não cresceu mais em 2012 porque houve um resgate líquido de papéis (resgates superando as emissões de títulos públicos) no valor de R$ 66,3 bilhões no ano passado, informou o Tesouro Nacional.
Plano Anual de Financiamento
No começo do ano passado, o Tesouro Nacional informou que, para 2012, sua expectativa era de que a dívida pública avançasse entre R$ 83,6 bilhões e R$ 183,6 bilhões, atingindo um patamar entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhões. Deste modo, o crescimento ficaria entre 4,48% a 9,84%. Essa previsão consta no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2012. Deste modo, os números do Tesouro mostram que as previsões do PAF foram atingidas.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado um aumento de 7,45% em 2012, para R$ 1,91 trilhão. Em dezembro de 2011, a dívida interna somava R$ 1,78 trilhão. No ano passado, o crescimento foi de R$ 133 bilhões.
Já no caso da dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou um aumento de 9,6% no ano passado, para R$ 91,2 bilhões, contra R$ 83,2 bilhões no fechamento de 2011. Neste caso, o crescimento foi de R$ 7,99 bilhões.
Perfil da dívida
No ano passado, o governo continou sua estratégia de tentar emitir mais títulos prefixados, ou seja, com correção fixa determinada no momento do leilão, o que aumentou seu percentual no total da dívida.
Em dezembro de 2012, o percentual de papéis prefixados somou 41,18% do total, ou R$ 789 bilhões, contra 38,28% no fechamento de 2011, ou R$ 682 bilhões. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".
Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação reduzida em 2012 - seguindo também uma estratégia do Tesouro Nacional. No fim do ano passado, representaram 22,55% do total (R$ 432 bilhões), em comparação com 31,71% no fechamento de 2011 (R$ 565 bilhões).
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 35,48% no fim de 2012, o equivalente a R$ 680 bilhões, contra 29,6% no fechamento de 2011, ou R$ 527 bilhões. Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 0,79% do total no fim de 2012, ou R$ 15,16 bilhões, contra 0,4% no fim de 2011, ou R$ 7,2 bilhões.
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