Adrielly dos Santos, 10 anos, esperou 8 horas por atendimento em hospital. Criança já havia tido morte cerebral no último domingo (30).
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a
menina Adrielly dos Santos, de 10 anos, atingida na cabeça por uma bala
perdida na noite de Natal (24), em Piedade, no Subúrbio do Rio, morreu
na tarde desta sexta-feira (4). Ela havia esperado oito horas por
atendimento no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, porque um
médico faltou ao plantão. A criança já havia tido morte cerebral no
último domingo (30), no Hospital Souza Aguiar, no Centro, para onde
havia sido transferida.
Sem perdão, diz pai
"Para esse médico não tem perdão" , afirmou, nesta segunda-feira (31), Marco Antônio, o pai de Adrielly. Ele chegou por volta de 7h30 ao Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde ela está internada. Com a aparência abatida, ele disse que se não fosse pela falta do médico no Hospital Salgado Filho, no Méier, para onde a criança foi levada no dia do ferimento, para realizar a cirurgia de retirada do projétil, Adrielly poderia estar viva.
“Minha filha ficou mais de oito horas esperando atendimento, sem médico para atender, sem ambulância para remover. Eu acho isso um absurdo. A gente trabalha todo mês é descontado do nosso salário, a gente paga hospital, paga INSS, e no fim das contas a gente leva isso aí. É isso que a acontece. A gente é tratado como ‘João ninguém’, um nada. É uma falta de respeito muito grande com a população, não só com a minha filha, mas com as outras pessoas que deixaram de ser atendidas, crianças e idosos que chegaram feridas naquela noite e não tinha ninguém para atender”, declarou Marco Antônio, bastante emocionado.
Marco Antônio responsabilizou o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que foi afastado temporariamente do cargo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, após faltar o plantão.
“A gente está arrebentado. Nós perdemos um pedaço da gente. Eles não só conseguiram acabar com a alegria e a felicidade de uma criança, como conseguiram destruir duas famílias ao mesmo tempo, a minha e da minha esposa, amigos, parentes, os mais próximos, está todo mundo sentido. Isso chocou o Brasil inteiro. Eles têm que colocar a mão na consciência. Principalmente este médico para ele ver o que ele fez na vida de todo mundo. Ele conseguiu destruir tudo, acabar com tudo o que agente tinha que mais amava”, acrescentou.
Menina sapeca
Com os olhos marejados, Marco Antônio relembrou com carinho da filha Adrielly. Segundo ele, ela era levada, mas uma menina boa, que todo mundo gostava. “Ela era uma menina levada, sapeca, todo mundo gostava dela. Isso chocou o Brasil inteiro”, declarou bastante emocionado.
Marco Antônio declarou ainda que já fazia planos para uma festa para Adrielly quando ela retornasse para a casa.
“Infelizmente foi interrompido, a gente pretendia fazer uma festa para volta dela, mas infelizmente não foi possível. A gente ia passar em casa, nós íamos fazer uma festa na rua para ela, até uma certa hora também, porque não vou ficar mais na rua até tarde, isso deixou minha esposa traumatizada, isso só mostra que o Rio de Janeiro está um perigo”, concluiu.
Entenda o caso
Adrielly esperou por oito horas para realizar a cirurgia para retirada do projétil da cabeça. A polícia investiga se houve omissão de socorro devido à longa espera. O motivo seria a falta ao plantão do neurocirugião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que foi afastado temporariamente do cargo, segundo a Secretaria municipal de Saúde, e um inquérito administrativo foi aberto. Segundo a nota, só é caracterizado abandono após 30 dias de ausência do médico, que terá as faltas descontadas do salário.
Baleada por tiros de traficantes
O caso ocorreu na Rua Amália, perto dos morros do Urubu e do Urubuzinho, em Piedade. Ela havia acabado de ganhar seu presente de Natal quando foi atingida por uma bala perdida, segundo o pai.
Eles estavam na rua, no momento em que traficantes dos morros do Urubu e Urubuzinho começaram a soltar fogos e dar tiros para o alto, ainda de acordo com Marco Antônio.
"Ela estava animada que tinha acabado de ganhar uma boneca de presente. Quando foi mostrar o presente, ela caiu. Pensamos que ela tinha machucado a cabeça na queda", contou o pai de Adrielly, acrescentando que a menina no deu entrada no Salgado Filho à 0h20 desta terça-feira (25).
Só no hospital é que os pais ficaram sabendo que a menina tinha uma bala alojada na cabeça. "Até as 3h da manhã nós não sabíamos de nada. Isso é um absurdo. Não tem ambulância nem médico para operar a minha filha", disse Marco Antônio, pouco antes das 8h20 desta terça, quando foi informado sobre a chegada de um neurocirurgião ao hospital.
Sem perdão, diz pai
"Para esse médico não tem perdão" , afirmou, nesta segunda-feira (31), Marco Antônio, o pai de Adrielly. Ele chegou por volta de 7h30 ao Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde ela está internada. Com a aparência abatida, ele disse que se não fosse pela falta do médico no Hospital Salgado Filho, no Méier, para onde a criança foi levada no dia do ferimento, para realizar a cirurgia de retirada do projétil, Adrielly poderia estar viva.
“Minha filha ficou mais de oito horas esperando atendimento, sem médico para atender, sem ambulância para remover. Eu acho isso um absurdo. A gente trabalha todo mês é descontado do nosso salário, a gente paga hospital, paga INSS, e no fim das contas a gente leva isso aí. É isso que a acontece. A gente é tratado como ‘João ninguém’, um nada. É uma falta de respeito muito grande com a população, não só com a minha filha, mas com as outras pessoas que deixaram de ser atendidas, crianças e idosos que chegaram feridas naquela noite e não tinha ninguém para atender”, declarou Marco Antônio, bastante emocionado.
Marco Antônio responsabilizou o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que foi afastado temporariamente do cargo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, após faltar o plantão.
“A gente está arrebentado. Nós perdemos um pedaço da gente. Eles não só conseguiram acabar com a alegria e a felicidade de uma criança, como conseguiram destruir duas famílias ao mesmo tempo, a minha e da minha esposa, amigos, parentes, os mais próximos, está todo mundo sentido. Isso chocou o Brasil inteiro. Eles têm que colocar a mão na consciência. Principalmente este médico para ele ver o que ele fez na vida de todo mundo. Ele conseguiu destruir tudo, acabar com tudo o que agente tinha que mais amava”, acrescentou.
Menina sapeca
Com os olhos marejados, Marco Antônio relembrou com carinho da filha Adrielly. Segundo ele, ela era levada, mas uma menina boa, que todo mundo gostava. “Ela era uma menina levada, sapeca, todo mundo gostava dela. Isso chocou o Brasil inteiro”, declarou bastante emocionado.
Marco Antônio declarou ainda que já fazia planos para uma festa para Adrielly quando ela retornasse para a casa.
“Infelizmente foi interrompido, a gente pretendia fazer uma festa para volta dela, mas infelizmente não foi possível. A gente ia passar em casa, nós íamos fazer uma festa na rua para ela, até uma certa hora também, porque não vou ficar mais na rua até tarde, isso deixou minha esposa traumatizada, isso só mostra que o Rio de Janeiro está um perigo”, concluiu.
Entenda o caso
Adrielly esperou por oito horas para realizar a cirurgia para retirada do projétil da cabeça. A polícia investiga se houve omissão de socorro devido à longa espera. O motivo seria a falta ao plantão do neurocirugião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que foi afastado temporariamente do cargo, segundo a Secretaria municipal de Saúde, e um inquérito administrativo foi aberto. Segundo a nota, só é caracterizado abandono após 30 dias de ausência do médico, que terá as faltas descontadas do salário.
Baleada por tiros de traficantes
O caso ocorreu na Rua Amália, perto dos morros do Urubu e do Urubuzinho, em Piedade. Ela havia acabado de ganhar seu presente de Natal quando foi atingida por uma bala perdida, segundo o pai.
Eles estavam na rua, no momento em que traficantes dos morros do Urubu e Urubuzinho começaram a soltar fogos e dar tiros para o alto, ainda de acordo com Marco Antônio.
"Ela estava animada que tinha acabado de ganhar uma boneca de presente. Quando foi mostrar o presente, ela caiu. Pensamos que ela tinha machucado a cabeça na queda", contou o pai de Adrielly, acrescentando que a menina no deu entrada no Salgado Filho à 0h20 desta terça-feira (25).
Só no hospital é que os pais ficaram sabendo que a menina tinha uma bala alojada na cabeça. "Até as 3h da manhã nós não sabíamos de nada. Isso é um absurdo. Não tem ambulância nem médico para operar a minha filha", disse Marco Antônio, pouco antes das 8h20 desta terça, quando foi informado sobre a chegada de um neurocirurgião ao hospital.
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