Diferença média para não cotistas é calculada após anúncio da nota mínima para ingresso em universidades federais; MEC anuncia bolsa de R$ 400
A diferença média entre as notas de corte
dos cotistas e não cotistas inscritos para os cursos de Medicina das
universidades federais é de apenas 5,3%. O índice não acompanha, por
exemplo, a diferença das médias dos desempenho no Enem de Alunos de
Escolas públicas e particulares, que é de 17%. É o que mostra análise
sobre a nota de corte desses cursos no Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), divulgada
ontem. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou bolsa de
R$ 400 a Alunos de baixa renda aprovados por conta da Lei de Cotas.
Este é o primeiro ingresso de Alunos nas federais após a aprovação da lei, que determina que em 2013 as instituições reservem no mínimo 12,5% de suas vagas, em cada curso, para estudantes que tenham cursado o Ensino médio em Escolas públicas. A proporção deverá chegar a 50% das vagas para esses estudantes dentro de quatro anos.
As instituições também precisam atender a critérios de cor de pele e de renda. De acordo com Mercadante, a bolsa será concedida para os Alunos de renda igual ouinferior a 1,5 salário minimo que forem matriculados em cursos com mais de cinco horas de jornada por dia. "Terão direito a uma bolsa de R$ 400 por mês, assim que entrarem na universidade, durante todo o curso", disse o ministro, ontem. Em novembro, Mercadante havia anunciado uma ajuda financeira para os cotistas, nos moldes do programa Bolsa Família, mas não havia confirmado o valor na ocasião.
Quando a lei foi aprovada, alguns Educadores acreditavam que a ação poderia favorecer o ingresso de Alunos menos preparados em cursos de exigência acadêmica alta, como Medicina. Mas recorte feito pelo Estado mostra que a diferença média entre a nota de corte de cotistas e não cotistas é de 39,12 pontos nesse curso, o que significa 5,3%.
A distância das notas varia entre os 32 cursos de Medicina com vagas no Sisu, mas não passa, na média, de 10,3% - ou seja, 75,59 pontos. A consultora em educação Ilona Becskehazy explica que cursos de ponta tendem a atrair no geral um perfil de candidatos mais qualificados, até mesmo os de Escolas públicas. "É uma questão de escolha de profissão de acordo com o perfil social. São famílias que sabem que certos cursos valem o esforço." Para a média da nota de corte dos cotistas, a reportagem levou em conta os valores para cada opção de ação afirmativa, uma vez que o candidato escolhe em qual perfil se encaixa - e o sistema gera uma nota mínima para cada um deles. A diferença tende a ser maior entre candidatos pretos ou indígenas, com renda abaixo de 1,5 salário mínimo.
Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), enquanto um candidato na concorrência geral precisa de uma nota mínima de 774,48, um candidato indígena de Escola pública com nota de 670,70 garantiria a vaga. A nota de corte varia todos os dias, até o fim do prazo de inscrição, por conta da procura.
Mais difícil para cotas. Também em Medicina na UFMA, percebe-se uma característica curiosa. A nota de corte do Aluno que estudou em Escola pública, independentemente de cor de pele e renda, é maior que o corte na concorrência ampla. No primeiro caso, o mínimo é de 789,14 e no geral, 774,48.
A terceira maior nota de corte registrada foi para vagas destinadas a Alunos de Escola pública em Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A nota mínima é de 808,70, maior que na concorrência gerai, de 808,56.
Essa realidade se repete em cursos com notas de corte mais baixas. Para quem quer entrar em Pedagogia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), concorrendo como cotista de escola pública, precisa de nota mínima 8 pontos maior que candidatos que optaram pela ampla concorrência. A instituição oferece 45 vagas, sendo 27 para não cotistas e o restante dividido para cotistas. Para Aluno de Escola pública, independentemente de raça e renda, são 5 vagas.
As inscrições terminam no dia 11. Até ontem, mas de 1,1 milhão de candidatos tinham feito mais de 2,2 milhões de inscrições - o candidato pode fazer até duas opções de curso. O sistema é usado para preencher 129.319 vagas em 101 instituições.
Este é o primeiro ingresso de Alunos nas federais após a aprovação da lei, que determina que em 2013 as instituições reservem no mínimo 12,5% de suas vagas, em cada curso, para estudantes que tenham cursado o Ensino médio em Escolas públicas. A proporção deverá chegar a 50% das vagas para esses estudantes dentro de quatro anos.
As instituições também precisam atender a critérios de cor de pele e de renda. De acordo com Mercadante, a bolsa será concedida para os Alunos de renda igual ouinferior a 1,5 salário minimo que forem matriculados em cursos com mais de cinco horas de jornada por dia. "Terão direito a uma bolsa de R$ 400 por mês, assim que entrarem na universidade, durante todo o curso", disse o ministro, ontem. Em novembro, Mercadante havia anunciado uma ajuda financeira para os cotistas, nos moldes do programa Bolsa Família, mas não havia confirmado o valor na ocasião.
Quando a lei foi aprovada, alguns Educadores acreditavam que a ação poderia favorecer o ingresso de Alunos menos preparados em cursos de exigência acadêmica alta, como Medicina. Mas recorte feito pelo Estado mostra que a diferença média entre a nota de corte de cotistas e não cotistas é de 39,12 pontos nesse curso, o que significa 5,3%.
A distância das notas varia entre os 32 cursos de Medicina com vagas no Sisu, mas não passa, na média, de 10,3% - ou seja, 75,59 pontos. A consultora em educação Ilona Becskehazy explica que cursos de ponta tendem a atrair no geral um perfil de candidatos mais qualificados, até mesmo os de Escolas públicas. "É uma questão de escolha de profissão de acordo com o perfil social. São famílias que sabem que certos cursos valem o esforço." Para a média da nota de corte dos cotistas, a reportagem levou em conta os valores para cada opção de ação afirmativa, uma vez que o candidato escolhe em qual perfil se encaixa - e o sistema gera uma nota mínima para cada um deles. A diferença tende a ser maior entre candidatos pretos ou indígenas, com renda abaixo de 1,5 salário mínimo.
Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), enquanto um candidato na concorrência geral precisa de uma nota mínima de 774,48, um candidato indígena de Escola pública com nota de 670,70 garantiria a vaga. A nota de corte varia todos os dias, até o fim do prazo de inscrição, por conta da procura.
Mais difícil para cotas. Também em Medicina na UFMA, percebe-se uma característica curiosa. A nota de corte do Aluno que estudou em Escola pública, independentemente de cor de pele e renda, é maior que o corte na concorrência ampla. No primeiro caso, o mínimo é de 789,14 e no geral, 774,48.
A terceira maior nota de corte registrada foi para vagas destinadas a Alunos de Escola pública em Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A nota mínima é de 808,70, maior que na concorrência gerai, de 808,56.
Essa realidade se repete em cursos com notas de corte mais baixas. Para quem quer entrar em Pedagogia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), concorrendo como cotista de escola pública, precisa de nota mínima 8 pontos maior que candidatos que optaram pela ampla concorrência. A instituição oferece 45 vagas, sendo 27 para não cotistas e o restante dividido para cotistas. Para Aluno de Escola pública, independentemente de raça e renda, são 5 vagas.
As inscrições terminam no dia 11. Até ontem, mas de 1,1 milhão de candidatos tinham feito mais de 2,2 milhões de inscrições - o candidato pode fazer até duas opções de curso. O sistema é usado para preencher 129.319 vagas em 101 instituições.
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Educação