Oposição venezuelana exige 'a verdade' sobre saúde do presidente. Vice-presidente desmente boatos e diz que estado de Chávez é 'complexo'.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, permanece "estável" dentro de seu "quadro delicado", após ter sido operado pela quarta vez contra um câncer em Cuba, disse nesta quarta-feira (2) o genro do chefe de Estado, Jorge Arreaza, ministro da Ciência e Tecnologia.
"A equipe médica nos explica que a condição do presidente Chávez permanece estável dentro de seu quadro delicado"', escreveu Arreaza em sua conta no microblog Twitter.
Em outras mensagens, o genro do presidente garantiu que Chávez "continua batalhando duro" e disse que familiares haviam ido à ilha para visitá-lo. Arreaza é casado com a filha mais velha de Chávez, Rosa Virgina.
Chávez, de 58 anos, se recupera em Cuba de uma nova cirurgia feita no mês passado contra um câncer na região pélvica, num processo pós-operatório repleto de complicações que colocaram em dúvida sua capacidade de assumir o novo mandato para o qual foi reeleito em outubro.
Na noite de terça-feira, o vice-presidente, Nicoás Maduro disse em uma entrevista que Chávez segue em um estado “complexo”, sem dar mais detalhes. O presidente, reeleito e outubro deste ano, deve tomar posse dentro de oito dias diante da Assembleia Nacional, e o governo ainda não declarou o que irá fazer caso Chávez não possa estar presente.
Pouco antes da entrevista, um jornal espanhol noticiou que Chávez estaria em coma induzido, citando fontes anônimas ligadas à inteligência do país. Maduro criticou enfaticamente o que chamou de "boatos" ligados à saúde do presidente, e pediu que o povo confiasse nas informações passadas pelo governo. "Ele está consciente do complexo estado pós-operatorio e nos pediu expressamente que mantivéssemos o povo informado.
A oposição venezuelana exigiu nesta quarta-feira que o governo que diga a verdade sobre o estado de saúde do presidente venezuelano.
"É essencial que o governo atue de modo que dê confiança. É essencial que diga a verdade", afirmou o secretário executivo da Mesa da Unidade Democrática, Ramón Guillermo Aveledo, taxando de "irresponsabilidade descomunal" a intenção de fazer crer que Chávez está "em exercício de suas funções".
“Já que o governo prometeu dizer a verdade (durante a noite de terça-feira)”, por meio do vice-presidente, Nicoás Maduro, “quero que digam se acabam todas as discussões e se põem fim a todos os rumores, filhos do silêncio do governo”, afirmou.
Aveledo pediu ainda “um diagnóstico e um prognóstico médico” sobre a saúde do líder, que tem 58 anos. Esta é a primeira vez que a oposição se pronuncia tão claramente sobre a incerteza surgida desde a internação de Chávez em Cuba. O governo informou aos poucos sobre evolução do estado de saúde do presidente, que já passou por quatro cirurgias durante o tratamento de um câncer.
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