Cachoeira tá no bem bom e deixando a justiça desmoralizada

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As imagens da lua de mel do bicheiro Carlinhos Cachoeira e sua mulher Andressa Mendonça em um resort na península de Maraú, na Bahia, aumentam a sensação de impunidade no País. É isso que afirmam cientistas políticos ouvidos sobre o caso.

Para o cientista político David Fleischer, da UNB (Universidade de Brasília), o responsável por isso é o processo do código penal brasileiro que, em sua opinião, seria “muito permissivo”, garantindo aos criminosos inúmeras oportunidades de continuarem soltos.

— É o pensamento comum no Brasil. Aqui, ladrão de galinha pega 20 anos na prisão. Já o milionário que rouba nunca vai preso. Nosso sistema judiciário é assim. Nosso sistema judiciário, especialmente o processo do código penal, tem centenas de oportunidades para um bom e bem pago advogado protelar por anos e anos uma condenação final.

No último domingo (6), Cachoeira foi fotografado em um resort de luxo da Bahia ao lado da mulher. As diárias naquele resort podem chegar a até R$ 3.150.

Em dezembro, o bicheiro foi condenado a 39 anos de prisão por formação de quadrilha e tráfico de influência pela tentativa de fraudar licitação do sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público do Distrito Federal.

Cinco dias depois, porém, ele conseguiu um habeas corpus e deixou a prisão em Aparecida de Goiânia (GO). Antes, ele havia ficado preso de fevereiro a novembro de 2012 no presídio da Papuda, em Brasília.

Ele também foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que tinha como objetivo investigar suas atividades ilegais, mas que terminou em pizza.

Para o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), as fotos de Cachoeira à beira na piscina passam a imagem de que o crime compensa no Brasil.

— E faz com que a população que acompanha esses fatos, que não é toda, mas só uma parcela, fique ainda mais desacreditada da política e perca a confiança nas instituições.

Para ele, é preciso realizar mudanças no Código Penal, para “enrijecer as possibilidades de alguém condenado como Cachoeira ficar solto”

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