Economia brasileira ainda é altamente concentrada no litoral, diz especialista
O Brasil
abriga 13 das 300 principais regiões metropolitanas do mundo, segundo
um levantamento realizado pela Brookings Institution, uma entidade sem
fins lucrativos com sede em Washington cuja missão é a realização de
pesquisas independentes. O trabalho, elaborado em conjunto com o banco americano JP Morgan Chase, foi produzido para ajudar investidores
a tomar suas decisões quando desejam abrir ou ampliar negócios no País.
No fim de novembro, foi apresentado durante um evento em São Paulo.
Um dos pontos mais relevantes é o que comprova a descentralização da economia brasileira nos últimos anos.
— O Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu pelo menos 33% em todas as 13 regiões metropolitanas, mas em quatro (Grande Vitória, Recife, Curitiba e Baixada Santista) a expansão superou os 50%.
Afirmou o pesquisador sênior da Brookings, Jill Wilson, lembrando que os dados comparam a situação do Brasil em 1990 e 2012.
O especialista também observa que, apesar das mudanças dos últimos anos, a economia brasileira ainda é altamente concentrada no litoral.
— Apenas duas regiões (Manaus e Brasília) não estão na costa. Ao longo das últimas três décadas, uma série de líderes políticos adotou medidas para estabilizar o País e fundar as bases para uma economia nova e dinâmica.
Apesar da melhora, o pesquisador nota que o País precisa avançar mais, sobretudo em termos de PIB per capita.
— A maioria das regiões metropolitanas brasileiras tem uma renda per capita inferior à das regiões metropolitanas de países desenvolvidos, com exceção de Brasília.
O especialista observa que os dados comparativos devem ser analisados com cuidado.
— O PIB per capita da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, é próximo ao de Portugal e supera o da região metropolitana do Porto. No entanto, equivale a apenas três quartos do PIB per capita de Lisboa", afirmou.
Entre outros vários destaques do levantamento, Wilson chama a atenção para dois. O primeiro deles é que a pesquisa confirma a perda de espaço da indústria de manufatura na economia nacional.
— A participação desse segmento no PIB do País caiu de 20% em 1990 para 16% em 2012.
Nesse mesmo período, observou, aumentou a fatia de segmentos como agricultura, mineração, hotéis, serviços financeiros e serviços de informação.
Pré-sal e o futuro
Outro ponto interessante, de acordo com o pesquisador, diz respeito aos movimentos migratórios e imigratórios. Na Baixada Santista, por exemplo, a fatia da PEA (População Economicamente Ativa) que nasceu fora do Estado de São Paulo passou de 14% em 1990 para 25% em 2012. A região é uma das mais promissoras do ponto de vista econômico em razão das descobertas do pré-sal.
Na contramão, a região metropolitana de Belo Horizonte viu encolher, no mesmo período, a participação dos não nascidos em Minas Gerais na PEA: de 14% para 5,8%.
Em termos de imigração, Wilson observa que a Grande Vitória registrou a maior taxa no censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): 5,7 em cada 1.000 habitantes deixaram a localidade. Ele lembra, ainda, que 30% desses imigrantes foram para Portugal, outros 30% para os Estados Unidos e 13% se mudaram para a Itália.
Um dos pontos mais relevantes é o que comprova a descentralização da economia brasileira nos últimos anos.
— O Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu pelo menos 33% em todas as 13 regiões metropolitanas, mas em quatro (Grande Vitória, Recife, Curitiba e Baixada Santista) a expansão superou os 50%.
Afirmou o pesquisador sênior da Brookings, Jill Wilson, lembrando que os dados comparam a situação do Brasil em 1990 e 2012.
O especialista também observa que, apesar das mudanças dos últimos anos, a economia brasileira ainda é altamente concentrada no litoral.
— Apenas duas regiões (Manaus e Brasília) não estão na costa. Ao longo das últimas três décadas, uma série de líderes políticos adotou medidas para estabilizar o País e fundar as bases para uma economia nova e dinâmica.
Apesar da melhora, o pesquisador nota que o País precisa avançar mais, sobretudo em termos de PIB per capita.
— A maioria das regiões metropolitanas brasileiras tem uma renda per capita inferior à das regiões metropolitanas de países desenvolvidos, com exceção de Brasília.
O especialista observa que os dados comparativos devem ser analisados com cuidado.
— O PIB per capita da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, é próximo ao de Portugal e supera o da região metropolitana do Porto. No entanto, equivale a apenas três quartos do PIB per capita de Lisboa", afirmou.
Entre outros vários destaques do levantamento, Wilson chama a atenção para dois. O primeiro deles é que a pesquisa confirma a perda de espaço da indústria de manufatura na economia nacional.
— A participação desse segmento no PIB do País caiu de 20% em 1990 para 16% em 2012.
Nesse mesmo período, observou, aumentou a fatia de segmentos como agricultura, mineração, hotéis, serviços financeiros e serviços de informação.
Pré-sal e o futuro
Outro ponto interessante, de acordo com o pesquisador, diz respeito aos movimentos migratórios e imigratórios. Na Baixada Santista, por exemplo, a fatia da PEA (População Economicamente Ativa) que nasceu fora do Estado de São Paulo passou de 14% em 1990 para 25% em 2012. A região é uma das mais promissoras do ponto de vista econômico em razão das descobertas do pré-sal.
Na contramão, a região metropolitana de Belo Horizonte viu encolher, no mesmo período, a participação dos não nascidos em Minas Gerais na PEA: de 14% para 5,8%.
Em termos de imigração, Wilson observa que a Grande Vitória registrou a maior taxa no censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): 5,7 em cada 1.000 habitantes deixaram a localidade. Ele lembra, ainda, que 30% desses imigrantes foram para Portugal, outros 30% para os Estados Unidos e 13% se mudaram para a Itália.
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