Israel de França disse ter sido espancado perto de bar, em Granada. Ele já tem advogado e prestou queixa formal junto às autoridades espanholas.
Deve acontecer até esta sexta-feira (28) o encontro
entre o representante da Embaixada Brasileira em Madri, na Espanha, e o
músico pernambucano Israel de França, vítima de agressão praticada por
policiais espanhóis, segundo denúncia do violinista e maestro.
De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, em Brasília, a representação diplomática do Brasil no país europeu está em contato permanente com Israel de França, desde o dia em que foi informada sobre o ocorrido, no dia 25 de dezembro. A embaixada tem falado por telefone com o pernambucano e sabe que ele precisou ficar internado, inicialmente, mas foi liberado em seguida; além disso, França já constituiu advogado e prestou queixa formal junto aos órgãos competentes espanhóis.
O objetivo da visita do representante da Embaixada é verificar o andamento de tudo e se Israel de França está necessitando de alguma assistência a mais. Entidades policiais locais também foram procuradas pelas autoridades brasileiras - especialmente os órgãos que têm função de corregedoria - para averiguar as circunstâncias da agressão. A assessoria do Itamaraty informou ainda que as autoridades espanholas estão conduzindo investigações, que se encontram em nível preliminar e nada definitivo foi repassado, até o momento.
Entenda o caso
Israel de França rege a Orquestra da Câmara da Granada, cidade onde vive há 22 anos. Na segunda-feira (24), ele afirmou ter sido agredido por policiais enquanto estava num bar com um amigo brasileiro, no domingo (23). De acordo com Israel, o amigo, de cor branca, foi liberado em seguida. Ele foi levado pelos policiais para o prédio de uma delegacia nas proximidades do bar, onde teria sido espancado sem justificativa.
Por telefone, ele disse que pode haver muitas explicações, mas acredita em uma hipótese em especial. "Pode ser perfeitamente racismo ou preconceito. Pode ser pela minha cor, porque o outro rapaz não foi espancado", pontuou.
O músico já havia sofrido preconceito ainda adolescente, morando no Recife. Na década de 1980, ele correu para pegar um ônibus com um violino na mão quando foi abordado por policiais. Os agentes exigiram a prova de que ele soubesse tocar o instrumento. "Toquei 'Jesus, alegria dos Homens', de Bach", relembrou.
Israel não acredita que os dois casos tenham alguma relação. "Aqui foi diferente. Aí não me pegaram, não me espancaram. Aqui não; nem os documentos no momento eles queriam", conta o músico.
História
Em 1982, Israel de França fez sua estreia como solista de violino em uma apresentação com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Teatro de Santa Isabel, no Recife. Depois, viajou para São Paulo, onde trabalhou na Orquestra Sinfônica de Campinas. Ainda no Brasil, trabalhou na Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Israel foi para a Europa porque conseguiu uma bolsa de estudos da Embaixada Brasileira em Portugal e um emprego na cidade do Porto. De lá, seguiu para Granada, na Espanha, onde estudou regência e ajudou a fundar a orquestra da câmara da cidade.
Israel mora em Granada há 22 anos e não esconde sua história de vida e nem as agressões que sofreu no Recife e na Espanha. Ele crê que pode se identificar com muitos jovens brasileiros. "Eu faço questão de relembrar, falar publicamente. Dizer que minha vida foi assim porque eu sei que tem muitas crianças nesse Brasil que também pensam a mesma coisa: não tem nada que possa impedir você de ser um grande músico, um grande pintor, sabe, um artista", concluiu.
De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, em Brasília, a representação diplomática do Brasil no país europeu está em contato permanente com Israel de França, desde o dia em que foi informada sobre o ocorrido, no dia 25 de dezembro. A embaixada tem falado por telefone com o pernambucano e sabe que ele precisou ficar internado, inicialmente, mas foi liberado em seguida; além disso, França já constituiu advogado e prestou queixa formal junto aos órgãos competentes espanhóis.
O objetivo da visita do representante da Embaixada é verificar o andamento de tudo e se Israel de França está necessitando de alguma assistência a mais. Entidades policiais locais também foram procuradas pelas autoridades brasileiras - especialmente os órgãos que têm função de corregedoria - para averiguar as circunstâncias da agressão. A assessoria do Itamaraty informou ainda que as autoridades espanholas estão conduzindo investigações, que se encontram em nível preliminar e nada definitivo foi repassado, até o momento.
Entenda o caso
Israel de França rege a Orquestra da Câmara da Granada, cidade onde vive há 22 anos. Na segunda-feira (24), ele afirmou ter sido agredido por policiais enquanto estava num bar com um amigo brasileiro, no domingo (23). De acordo com Israel, o amigo, de cor branca, foi liberado em seguida. Ele foi levado pelos policiais para o prédio de uma delegacia nas proximidades do bar, onde teria sido espancado sem justificativa.
Por telefone, ele disse que pode haver muitas explicações, mas acredita em uma hipótese em especial. "Pode ser perfeitamente racismo ou preconceito. Pode ser pela minha cor, porque o outro rapaz não foi espancado", pontuou.
O músico já havia sofrido preconceito ainda adolescente, morando no Recife. Na década de 1980, ele correu para pegar um ônibus com um violino na mão quando foi abordado por policiais. Os agentes exigiram a prova de que ele soubesse tocar o instrumento. "Toquei 'Jesus, alegria dos Homens', de Bach", relembrou.
Israel não acredita que os dois casos tenham alguma relação. "Aqui foi diferente. Aí não me pegaram, não me espancaram. Aqui não; nem os documentos no momento eles queriam", conta o músico.
História
Em 1982, Israel de França fez sua estreia como solista de violino em uma apresentação com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Teatro de Santa Isabel, no Recife. Depois, viajou para São Paulo, onde trabalhou na Orquestra Sinfônica de Campinas. Ainda no Brasil, trabalhou na Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Israel foi para a Europa porque conseguiu uma bolsa de estudos da Embaixada Brasileira em Portugal e um emprego na cidade do Porto. De lá, seguiu para Granada, na Espanha, onde estudou regência e ajudou a fundar a orquestra da câmara da cidade.
Israel mora em Granada há 22 anos e não esconde sua história de vida e nem as agressões que sofreu no Recife e na Espanha. Ele crê que pode se identificar com muitos jovens brasileiros. "Eu faço questão de relembrar, falar publicamente. Dizer que minha vida foi assim porque eu sei que tem muitas crianças nesse Brasil que também pensam a mesma coisa: não tem nada que possa impedir você de ser um grande músico, um grande pintor, sabe, um artista", concluiu.
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