Apagão no Aeroporto do Galeão foi 'falha humana', diz Dilma



Presidente afirmou que sistema elétrico do aeroporto precisa ser trocado. Segundo Dilma, é 'ridículo' dizer que o Brasil corre risco de racionamento.

 A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (27), durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que o apagão que atingiu na quarta (26) o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio, foi "falha humana". Segundo a presidente, o sistema elétrico do aeroporto precisa ser trocado e houve falhas na manutenção do ar condicionado.
Durante o café da manhã, a presidente abordou diversos temas, como a edição de uma medida provisória para garantir investimentos previstos no Orçamento de 2013, que será votado somente em fevereiro de 2013, além da expectativa para o crescimento da economia.
Ao ser perguntada sobre o apagão no Galeão, ela citou que "o sistema elétrico inteirinho" do aeroporto precisa ser trocado.
“[No Galeão], há duas coisas. É [falha] humana no sentido de que aquilo ali tem que ser trocado. [...] O sistema elétrico inteirinho do Galeão tem que ser trocado, tanto é que está licitado. Dois, teve uma sobrecarga por conta do ar condicionado, que chegou a 46 graus e é velho. Então é falha humana porque você tinha que ter trocado. Você tinha que ter se antecipado que temperatura ia subir, você tinha que ter trocado", frisou Dilma durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

O fornecimento de luz no Galeão ficou prejudicado por cerca de duas horas, em razão de um defeito no equipamento da subestação que pertence ao aeroporto, que ficou totalmente às escuras por 10 minutos. Sem ar condicionado, usuários e comerciantes sofreram com o forte calor, no dia mais quente do Rio de Janeiro desde 1915. Nesta quinta, os problemas no ar condicionado persistiam.
Em outro momento, a presidente disse que "há uma tendência humana normal em você atribuir a falha em tudo que não é humano. "Em princípio, não há falha que não seja humana."
No Rio, o governador Sérgio Cabral criticou o apagão e disse que o fato ocorreu por falta de estrutura do aeroporto, que não tem um sistema de geradores capaz de ser acionado imediatamente.
'Ridículo'
Dilma disse ainda que é “ridículo” dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia em razão de fatos isolados. O país poderá ter problemas, segundo disse, com interrupções nas linhas de transmissão, mas não há falta de energia.
“Eu acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento. Ridículo. É ridículo”, afirmou a presidente. “Apesar de que tem gente que tenta fazer, de forma enganosa, uma confusão entre interrupções na linha de transmissão com falta de energia”, disse.
Dilma criticou a justificativa de que um raio possa provocar interrupção de energia. Em 15 de dezembro, o Operador Nacional do Sistema (ONS) afirmou que uma descarga elétrica pode ter sido a causa do apagão de 15 estados. Uma falha na Usina Hidrelétrica de Itumbiara provocou o desligamento de outras instalações de transmissão e geração de energia.
“O dia que falarem que caiu um raio, vocês gargalhem. Raio cai todo dia nesse país, toda hora. Raio não pode desligar sistema. Se caiu [a transmissão de energia] por causa de raio, é falha humana”, disse a presidente, que, neste momento, levantou-se da mesa segurando nas mãos mapas do Brasil que mostravam a grande incidência de raios nos últimos três dias.
Segundo a presidente, o sistema tem que estar preparado para ser resistente a raios, isolá-los e se recuperar rapidamente.
“Haverá risco de interrupção, o que não pode ter é ruptura do sistema. Eles [ONS] vão dizer isso e eles têm razão. Nós, no caso da transmissão, somos vítimas e portanto temos de nos preparar. O sistema tem de ter bloqueio, tem de ter proteção, tem que ter desligamentos localizados, um grau de precisão de proteção elevado”, afirmou.
Dilma afirmou que o país precisa investir na manutenção das usinas e das linhas de transmissão. “Nós focamos na transmissão e na geração porque não tinha e diminuímos o investimento em manutenção. Mas não reduzirmos a zero, apenas diminuímos. Agora nós vamos fazer as duas coisas justamente porque tem dinheiro, o que não tinha antes”, disse.

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