Share on orkut Share on twitter Share on facebook Share on email Especialistas ajudam pais a lidar com os maiores desafios do câncer infantil


Manter a família unida e saber como explicar a doença deixa a criança mais segura

 Nesta sexta-feira, 23 de novembro, é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, problema que afeta por volta de 11 mil crianças e adolescentes em 2012 no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer. Apesar de a doença ser muito temida e relacionada à morte, dados do INCA estimam quem em torno de 70% das crianças com câncer podem ser curadas, desde que diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. Passar pela difícil fase do tratamento, contudo, é algo que exige muito esforço e dedicação, tanto da família quanto da criança. Psicólogos e psiquiatras explicam como lidar com os principais desafios desse período com as orientações que você confere a seguir.

Como contar e explicar o câncer?

"A severidade de um câncer e as sequelas decorrentes ao tratamento marcam a história da criança de maneira única", conta a psicóloga Lauanda Afonso, do Centro Oncológico do Triângulo (COT), em Uberlândia (MG). Mais cedo ou mais tarde, portanto, ela precisará saber o que está acontecendo, mas o momento ideal e a forma de abordagem dependem da idade e da personalidade de cada criança. A decisão de como e quando contar deve ser resolvida em conjunto: médico, família e psicólogo.
A psiquiatra Maira Teresa Lourenço, diretora do Núcleo de Psico-oncologia do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, também aconselha não deixar de responder sempre as perguntas que a criança fizer, pois o silêncio traz mais insegurança. "A forma de contar pode ser diferente, mas é preciso sempre conversar e dizer a verdade, de modo que ela se sinta mais tranquila", diz a psicóloga. Ela precisa compreender o que está vivendo e a importância de seu tratamento, até para que ela colabore mais com esse período.
Reação dos pais na frente da criança

A criança se espelha nos pais e se sente segura com eles. Por isso, a reação deles irá influenciar também a reação do filho diante do câncer. Chorar e ficar triste faz parte e não é preciso esconder isso da criança, mas é necessário estabelecer um limite para não viver todos os dias com aborrecimento. "É muito importante que os pais procurem ter uma postura mais positiva, confiando de verdade no médico e no tratamento que o filho irá receber", conta Lauanda Afonso.
Pais que ficam ansiosos demais acabam deixando a criança angustiada - e isso pode até prejudicar a condição de saúde dela. A psiquiatra Maria Teresa conheceu certa vez uma menina filha única com câncer, cujos pais pediam a ela que ficasse boa e vivesse por eles. "Eles diziam que ela não podia ficar mal, que ela tinha que sarar porque a felicidade deles dependia disso", conta a médica. "O resultado foi que a garota sentiu tanta pressão para conquistar a alegria dos pais que desenvolveu uma ansiedade muito grande."
Reação de coleguinhas na escola

A ausência da criança por longos dias na escola e as mudanças físicas, sobretudo a queda de cabelo por conta da quimioterapia, podem gerar estranhamento dos colegas de classe. Por isso, pais e escola podem trabalhar juntos para preparar as crianças. "O ideal é usar materiais apropriados para a idade desses alunos, explicando o que é câncer e como ele é tratado, sempre com uma linguagem bem acessível e lúdica", explica a psicóloga Lauanda.

Limitações da criança por causa do tratamento

Dependendo do tipo de tratamento contra o câncer, a criança ficará mais debilitada, sentindo cansaço e com outros efeitos colaterais. Diante disso, a psicóloga Lauanda conta que muitos pais tendem a superproteger o filho ou vê-lo como vítima. "Essa atitude, porém, não é a mais saudável", comenta a profissional. Os pais devem acolher a criança com amor e ao mesmo tempo dar o espaço certo para que ela possa também se desenvolver e criar forças para conseguir vencer os desafios sem ser tão dependente. Um psicólogo pode orientar melhor os pais nessa tarefa.

Medo e tristeza da criança


O câncer pode dificultar a vida da criança de várias formas: mudando as atividades do dia a dia, dando limitações físicas e prejudicando a autoestima. "Tantas mudanças negativas podem causar distúrbios de comportamento, isolamento social, sintomas de depressão, transtornos de humor, entre outros", diz Lauanda Afonso.
Para combater esses problemas, a criança precisa ter sempre tempo e incentivo para brincar e se divertir. "Tentamos fazer, no hospital, com que a criança sinta-se em um local agradável, com brincadeiras, contação de histórias e até escola para que ela não perca o aprendizado", conta a psiquiatra Maria Teresa. Além disso, o acompanhamento de psiquiatras e psicólogos especialistas em Psico-oncologia é fundamental.

Hospitalizações por longos períodos

Algumas crianças precisam ficar dias e até meses internadas no hospital, dependendo do tipo de câncer. Procurar tornar esse ambiente mais agradável faz toda a diferença. "Incentivar visitas frequentes de amigos e familiares é um dos principais pontos", lembra a psicóloga Lauanda. Além disso, os pais podem levar brinquedos e outros objetos de casa para a criança se sentir mais confortável.

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