Líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), criticou o parecer final da CPI
O resultado final da CPI do Cachoeira, expresso no
relatório do deputado petista Odair Cunha (MG), foi duramente criticado
por parlamentares da base aliada e da oposição na reunião da comissão de
inquérito nesta quarta-feira (21). O direcionamento político das
investigações e a falta de resultados consistentes foram fatores
apontados por deputados e senadores para o fiasco da CPI, o que
provocará danos à imagem do Congresso perante a sociedade.
“Nós estamos vendo aqui a crônica de uma tragédia anunciada”, resumiu o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). Apontando para o parecer de mais de 5 mil páginas, o tucano afirmou que aquilo se tratava de “desperdício de tempo e de recursos públicos” e de uma “pizzaria”. A leitura do resumo do relatório foi adiada para as 10h15 de quinta-feira, pois o documento foi disponibilizado aos congressistas apenas na madrugada.
Araújo lembrou a defesa pelo PT da criação da CPI, um instrumento típico de minorias parlamentares, no momento em que o Supremo julgava o mensalão. Segundo ele, as informações divulgadas desde ontem à noite pela imprensa sobre a versão final do parecer apenas comprovam o nítido objetivo político do relatório, que deixou várias brechas.
As lacunas e o impedimento por parte da base aliada do aprofundamento das investigações fizeram com que no último dia 7 o PSDB protocolasse representação na PGR (Procuradoria Geral da República) solicitando investigação de prováveis práticas ilícitas em torno de empresas beneficiárias por parte da construtora Delta que não tiveram seus sigilos bancários quebrados.
Para o deputado Carlos Sampaio (SP), a CPI começou mal e está terminado pior ainda. Assim como Araújo, o tucano reprovou o direcionamento das investigações e voltou a criticar a falta de criação de subrelatorias, instrumento usado largamente por outras comissões de inquérito. O tucano lembrou que a CPI é fruto de uma ira do ex-presidente Lula com o governador de Goiás, Marconi Perillo, que foi o primeiro a alertar o petista para o esquema de compra de votos no Congresso no seu governo.
“Lula nunca o perdoou. Por isso a CPI já nasceu fadada ao fracasso. Não havia uma linha de investigação lógica, mas sim um direcionamento para obter um resultado político: perseguir o governador. E quando a investigação se direcionava para investigar o braço financeiro da organização criminosa, envolvendo a Delta e as laranjas a ela filiadas, as investigações foram ceifadas pela base aliada”, resumiu, ao classificar o parecer do petista de “incorrigível”.
Na avaliação de Domingos Sávio (MG), o que se viu na CPI é uma vergonha nacional. “O PT quer varrer a corrupção para debaixo do tapete. Se recusa a investigar a Delta e quer acabar com a comissão perseguindo o PSDB”, apontou o tucano, para quem Odair Cunha produziu um relatório político contra o partido. Também integrante do colegiado, o senador Cássio Cunha Lima (PB) considerou lamentável o desfecho dos trabalhos. “Em cinco volumes com mais de cinco mil páginas o relatório da CPI não passa da repetição do que já foi investigado pela PF e pelo MPF”, resumiu.
Na tumultuada sessão, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que o colegiado virou “balela”, enquanto deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que “pizza é maior que o forno”. A necessidade de adiamento dos trabalhos e de nova convocação do bicheiro Carlos Cachoeira, solto na noite passada após nove meses na cadeia, também foram defendidas.
46 pessoas responsabilizadas
No parecer duramente criticado pelos parlamentares, o petista responsabiliza 46 pessoas. Foi pedido o indiciamento de 34, dentre elas o próprio Cachoeira, o ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish, e o jornalista da revista Veja e chefe da sucursal de Brasília, Policarpo Júnior. Para Sampaio, a ira contra Policarpo apenas mostra que o PT quer calar a imprensa.
O petista recomenda ainda a “responsabilização” de outras 12 pessoas, incluindo Perillo. Já o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, foi considerado inocente pelo correligionário.
O relator recomenda ainda que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por não ter dado prosseguimento às investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal. Segundo Sampaio, essa é uma retaliação ao procurador, que fez a denúncia dos mensaleiros perante o Supremo Tribunal Federal.
“Nós estamos vendo aqui a crônica de uma tragédia anunciada”, resumiu o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). Apontando para o parecer de mais de 5 mil páginas, o tucano afirmou que aquilo se tratava de “desperdício de tempo e de recursos públicos” e de uma “pizzaria”. A leitura do resumo do relatório foi adiada para as 10h15 de quinta-feira, pois o documento foi disponibilizado aos congressistas apenas na madrugada.
Araújo lembrou a defesa pelo PT da criação da CPI, um instrumento típico de minorias parlamentares, no momento em que o Supremo julgava o mensalão. Segundo ele, as informações divulgadas desde ontem à noite pela imprensa sobre a versão final do parecer apenas comprovam o nítido objetivo político do relatório, que deixou várias brechas.
As lacunas e o impedimento por parte da base aliada do aprofundamento das investigações fizeram com que no último dia 7 o PSDB protocolasse representação na PGR (Procuradoria Geral da República) solicitando investigação de prováveis práticas ilícitas em torno de empresas beneficiárias por parte da construtora Delta que não tiveram seus sigilos bancários quebrados.
Para o deputado Carlos Sampaio (SP), a CPI começou mal e está terminado pior ainda. Assim como Araújo, o tucano reprovou o direcionamento das investigações e voltou a criticar a falta de criação de subrelatorias, instrumento usado largamente por outras comissões de inquérito. O tucano lembrou que a CPI é fruto de uma ira do ex-presidente Lula com o governador de Goiás, Marconi Perillo, que foi o primeiro a alertar o petista para o esquema de compra de votos no Congresso no seu governo.
“Lula nunca o perdoou. Por isso a CPI já nasceu fadada ao fracasso. Não havia uma linha de investigação lógica, mas sim um direcionamento para obter um resultado político: perseguir o governador. E quando a investigação se direcionava para investigar o braço financeiro da organização criminosa, envolvendo a Delta e as laranjas a ela filiadas, as investigações foram ceifadas pela base aliada”, resumiu, ao classificar o parecer do petista de “incorrigível”.
Na avaliação de Domingos Sávio (MG), o que se viu na CPI é uma vergonha nacional. “O PT quer varrer a corrupção para debaixo do tapete. Se recusa a investigar a Delta e quer acabar com a comissão perseguindo o PSDB”, apontou o tucano, para quem Odair Cunha produziu um relatório político contra o partido. Também integrante do colegiado, o senador Cássio Cunha Lima (PB) considerou lamentável o desfecho dos trabalhos. “Em cinco volumes com mais de cinco mil páginas o relatório da CPI não passa da repetição do que já foi investigado pela PF e pelo MPF”, resumiu.
Na tumultuada sessão, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que o colegiado virou “balela”, enquanto deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que “pizza é maior que o forno”. A necessidade de adiamento dos trabalhos e de nova convocação do bicheiro Carlos Cachoeira, solto na noite passada após nove meses na cadeia, também foram defendidas.
46 pessoas responsabilizadas
No parecer duramente criticado pelos parlamentares, o petista responsabiliza 46 pessoas. Foi pedido o indiciamento de 34, dentre elas o próprio Cachoeira, o ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish, e o jornalista da revista Veja e chefe da sucursal de Brasília, Policarpo Júnior. Para Sampaio, a ira contra Policarpo apenas mostra que o PT quer calar a imprensa.
O petista recomenda ainda a “responsabilização” de outras 12 pessoas, incluindo Perillo. Já o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, foi considerado inocente pelo correligionário.
O relator recomenda ainda que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por não ter dado prosseguimento às investigações da Operação Vegas, da Polícia Federal. Segundo Sampaio, essa é uma retaliação ao procurador, que fez a denúncia dos mensaleiros perante o Supremo Tribunal Federal.
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