Salas cheias, aulas vagas e protesto marcam retorno das aulas na UFPB


G1 acompanhou primeiro dia de aula após quatro meses de greve na UFPB.
Alunos reclamam de pouco tempo para revisar assunto e de aulas vagas.


Muitos alunos, aulas vagas e protesto. Este foi o cenário encontrado pelo G1 no campus de João Pessoa da UFPB nesta segunda-feira (17) no retorno às aulas após quatro meses da greve dos professores. De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba, todos os cursos de graduação, pesquisas e pós-graduação retornaram nesta segunda.
Os alunos que tiveram mais de cem dias de férias forçadas pareciam querer recuperar o tempo perdido. A Biblioteca Central e as salas de todos os centros do campus deJoão Pessoa tiveram um grande fluxo de pessoas. No Centro de Vivência, os docentes realizaram um enterro simbólico da presidente Dilma Rousseff e do ministro de Educação, Aloizio Mercadante, em protesto às reivindicações não atendidas.
A maioria das salas estavam ocupadas e a presença de alunos foi grande (Foto: André Resende/G1)Maioria das salas estavam ocupadas e a presença
de alunos foi grande (Foto: André Resende/G1)
Na Central de Aulas, os estudantes Fabiano Azevedo, do 3° período de Engenharia Elétrica , e João Macedo, do 5° período de Engenharia de Alimentos, comentavam o pouco tempo que grande parte dos alunos terão para retomar o assunto até as provas. De acordo com Fabiano Azevedo, um dos professores marcou uma avaliação para a próxima quarta-feira. “Teremos apenas alguns dias para revisar a matéria. Fica complica agora, justamente após quatro meses de greve. Teremos o auxílio dos professores, para tirar dúvidas, revisar o assunto, mas mesmo assim será complicado relembrar toda matéria dada”, afirmou Fabiano.
João Macedo ainda ressaltou que a greve provocou reprovações por falta, uma vez que uma minoria de professores continuou dando aulas mesmo com a greve mesmo com a pouca frequência dos alunos. “Conheço algumas pessoas que foram reprovadas durante a greve e estão até processando professores por conta disso. Infelizmente a greve não surtiu efeito e nós (alunos) ficamos prejudicados”, explicou Macedo.
Conforme a proposta de novo calendário, o primeiro período terminará no dia 6 de novembro e o segundo começará no dia 26 de novembro, indo até abril de 2013. A proposta apresentada pela Codesc ainda será avaliada na terça-feira (18) pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPB. Até a definição, as aulas continuam acontecendo normalmente.A estudante de Psicologia no 2° semestre, Sheyla do Nascimento, informou que apenas duas das quatro aulas foram realizadas na manhã desta segunda. Segundo elas, a primeira semana está sendo encarada como uma readaptação à rotina por professores e alunos. “Na verdade ainda não sabemos como vai ficar nossa situação. Estamos com poucos professores. Nosso calendário não foi definido. Sei que dois dos nossos professores não vão dar aulas. Um se aposentou e outra está gestante e tirou licença. Estamos aguardando definições”, completou a estudante.
Professores frustrados
Professores da UFPB realizaram um enterro simbólico da presidente e do ministro da Educação para mostrar insatisfação (Foto: André Resende/G1)Docentes da UFPB realizaram um enterro simbólico
da presidente e do ministro da Educação para
mostrar insatisfação (Foto: André Resende/G1)
O sentimento dos docentes da UFPB, nesta segunda-feira (17) quando retomaram suas atividades, era de insatisfação. Em protesto, os professores realizaram o enterro simbólico do ministro da Educação e da presidente Dilma.  O presidente da Associação dos Docentes da UFPB (AdufPB), Ricardo Lucena, afirmou que efetivamente a greve não surtiu o efeito esperado e que o sentimento deixado após quatro meses parados é de frustração.
“Esperávamos que o governo dito dos trabalhadores tivesse a consideração de conversar conosco (docentes), mas pelo visto não estávamos errados. Infelizmente o sentimento é de frustração. A nossa principal reivindicação, de reestruturação da carreira, não foi atendida. A greve acabou, mas a luta continua. Não assinamos o projeto de lei proposto pelo governo para as nossas proposições e não descartamos uma nova greve, se for o caso, para o próximo ano”, avaliou o professor.
Para o presidente da AdufPB, Ricardo Lucena, frustração foi o resultado da greve dos docentes (Foto: André Resende/G1)Para o presidente da AdufPB, Ricardo Lucena, frustração foi o resultado da greve dos docentes (Foto: André Resende/G1)

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