Ministro condena Valério e mais 5 por lavagem de dinheiro


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O ministro-revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski, condenou nesta quarta-feira (12), durante sessão de julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal,  seis réus da ação penal por lavagem de dinheiro, entre os quais  Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema de pagamento de propina a parlamentares, e integrantes da cúpula do Banco Rural.

Além de Marcos Valério, Lewandowski entendeu que os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz e a funcionária de Valério Simone Vasconcelos participaram do crime. Ele também votou pela condenação da acionista e ex-presidente do Rural Kátia Rabello e do ex-vice-presidente da instituição financeira José Roberto Salgado.

Em seu voto, o ministro absolveu quatro réus: Geiza Dias, ex-funcionária de Valério chamada de "mequetrefe" pela defesa; a ex-vice-presidente do Rural Ayanna Tenório; e o atual vice Vinícius Samarane; além do advogado Rogério Tolentino, também acusados de lavagem.

Lewandowski é o segundo a votar no item da denúncia que trata dos delitos de lavagem de dinheiro que teriam sido cometidos na tentativa de dissimular a origem dos recursos usados no esquema de compra de votos de parlamentares operado por Marcos Valério.

Na última segunda (10), o relator da ação penal, Joaquim Barbosa, votou pela condenação de nove dos dez réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por lavagem de dinheiro - ele só inocentou Ayanna Tenório.

Em relação a José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural, o revisor Ricardo Lewandowski diz que há provas de que houve lavagem de dinheiro. Para o revisor, Salgado deixou de notificar saques suspeitos aos órgãos de controle.

"Ciente de que recursos empregados provinham de empréstimos fraudulentos, José Roberto Salgado atuou para que grandes somas de dinheiro fossem repassadas a terceiros sem que fossem [os saques] noticiados aos órgãos de controle."

Ao votar pela condenação da ex-presidente do Banco Rural, Lewandowski argumentou que as provas constantes dos autos demonstram “claramente” a tentativa de dissimular saques fraudulentos.

De acordo com a denúncia, o Banco Rural ajudou as agências de Valério na ocultação de saques feitos por políticos em agências da instituição. O dinheiro sacado, diz a Procuradoria Geral da República, foi utilizado para o pagamento de propina em troca de apoio político ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

“Bem revisados os autos, entendo que a materialidade delitiva dos inúmeros e sequenciais crimes de lavagem de capitais encontram-se claramente consubstanciados nos autos,” afirmou Lewandowski.
Segundo ele, não seria "crível" que Kátia Rabello desconhecesse as operações, sendo presidente da instituição financeira. O ministro destacou ainda que a ré mantinha "estreito relacionamento" com Marcos Valério.

"A prova amealhada nos autos, seja na fase extrajudicial, seja em juízo, indica estreito relacionamento com Marcos Valério, cujas empresas eram sacadoras das sucessivas operações de lavagem de dinheiro", disse. A mesma argumentação foi utilizada para condenar Valério.

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