Índios protestam contra realização de concurso público na Paraíba


Concurso na área de Saúde prejudicaria profissionais indígenas, diz líder.
Índios foram até a sede do MPF, em João Pessoa, pedir intervenção.


Cerca de 150 índios ocuparam as ruas do Centro de João Pessoa para protestar contra concurso público (Foto: Walter Paparazzo G1/PB)Cerca de 150 índios ocuparam as ruas do Centro de João
Pessoa para protestar contra concurso público
(Foto: Walter Paparazzo G1/PB)
Índios das tribos potiguar e tabajara tomaram as ruas do Centro de João Pessoa em protesto na manhã desta quinta-feira (13). Cerca de 150 indígenas vindos das cidades de Baía da TraiçãoMarcação e Rio Tinto, todas situadas no Litoral Norte da Paraíba, caminharam até a sede do Ministério Público Federal na Paraíba para pedir uma intervenção em um concurso público anunciado pelo governo federal voltada para a área de saúde. O processo seletivo irá ocupar as vagas dos profissionais da área que trabalham nas aldeias indígenas na Paraíba e que não entraram através de concurso público.
De acordo com Capitão Potiguara, líder indígena e responsável pela mobilização, com concurso, profissionais que moram nas aldeias e trabalham com a população indígena há mais de 10 anos não teriam condições de igualdade com os demais concorrentes. “Pedimos que caso o concurso aconteça, ele seja realizado de maneira regionalizada e específica. De uma forma que dê prioridade aos índios que já trabalham na área e na aldeia, assim como aos profissionais que nos prestam serviços há 12, 15 anos. É importante que levem em consideração a experiência destes profissionais”, comentou.
Munidos de faixas, trajes e armas típicas, os índios iniciaram o protesto por volta das 10h30 e devem percorrer as principais ruas do Centro da capital até as 14h, quando voltam a sede do Ministério Público Federal no estado, para entregar um documento solicitando a intervenção junto ao procurador. Antes de retornar à Procuradoria, os índios devem se dirigir à Assembleia Legislativa e ao Palácio da Redenção, sede do governo estadual, para pedir auxílio dos poderes na causa.Ainda de acordo com Potiguara, o temor é de que a não abertura de um edital específico dá possibilidade aos aprovados não indígenas de pedirem transferência após a aprovação, tendo em vista a pouca identidade com os costumes. “Estamos abrindo caminho para que as tribos dos outros estados também reivindiquem que apenas as pessoas comprometidas com a causa indígena participem do concurso”, completou Capitão Potiguara.
Munidos com cartazes, população indígena vida de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto pediam intervenção judicial no concurso (Foto: Walter Paparazzo G1/PB)Munidos com cartazes, população indígena vida de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto pediam intervenção judicial no concurso (Foto: Walter Paparazzo G1/PB)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem