Direção de hospital da PB denuncia falta de médicos ao trabalho


Eles teriam abandonado Hospital de Trauma de Campina Grande no feriado.
Cooperativa dos médicos nega e denuncia uso de material contaminado.




A direção do Hospital de Trauma deCampina Grande denunciou que os médicos ortopedistas que trabalham na unidade teriam abandonado o trabalho no feriado de 7 de setembro. O diretor do Trauma, Geraldo Medeiros, disse que vai acionar o Ministério Público (MP) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) e ainda que vai prestar queixa contra os médicos na Central de Polícia na manhã desta segunda-feira (10).
De acordo com o diretor, na sexta-feira (7) três médicos estavam de plantão, já que o dia era feriado, mas apenas um compareceu ao trabalho. Ele disse que o plantonista ficou sobrecarregado com cirurgias e que o atendimento ao público ficou por mais de três horas sem ortopedista, especialista mais exigido na unidade hospitalar, segundo Geraldo Medeiros.
A reportagem do G1 falou com o vice-presidente da Cooperativa de Ortopedistas e Traumatologistas de Campina Grande (Cootac). Andrey Leal Wanderley disse que não sabe os motivos pelos quais os dois médicos faltaram na sexta-feira, mas que quando foram informados, ele e o presidente da cooperativa foram trabalhar no hospital, mesmo não sendo o plantão deles, para não deixar prejudicado o atendimento à população."Os ortopedistas não estão cumprindo já há algum tempo o número de médicos plantonistas quando é período de fim de semana ou feriado. Não é a primeira vez e, por isso, a direção tomou essa posição. Entramos em contato com a cooperativa e somente após a ameaça de procurar a polícia é que eles resolveram nos atender", disse Geraldo Medeiros.
"Em dez minutos nós estávamos lá para cobrir os plantonistas faltosos e não precisava fazer isso. É meramente perseguição por parte da direção à cooperativa. Porém, ninguém fala que ficamos impossibilitados de fazer cirurgias no mesmo dia por falta de enfermeiros e instrumentos. Inclusive havia presença de material contaminado porque não tinha o pessoal que faz a esterelização trabalhando", rebateu.
Pacientes ficam em cadeiras porque não há mais leitos (Foto: Rafael Melo/G1)Pacientes ficam em cadeiras porque não há mais
leitos (Foto: Rafael Melo/G1)
Em meio à discussão entre a direção do hospital e a cooperativa dos médicos, é a população que sofre com o atendimento. Somente neste fim de semana, 93 pessoas vítimas de acidentes de motocicletas deram entrada na unidade. Na semana passada, oG1 divulgou fotos que mostram a superlotação no local. O CRM informou que espera receber a reclamação oficial da direção para tomar qualquer medida.

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