Sindicatos locais indicam que greve nas federais deve ser mantida.


Ministério do Planejamento fez uma proposta na última sexta-feira (13).
Decisões devem ser tomadas até o próximo encontro na segunda-feira (23).


Compare a situação atual da carreira docente, a reivindicação dos professores e a proposta do governo (Foto: Editoria de Arte/G1)
Os sindicatos que representam professores em greve nas universidades e institutos federais indicam que a paralisação, que já dura dois meses, deve ser mantida. Os professores realizam, até a sexta-feira (20), assembleias em suas instituições para avaliarem a proposta feito pelo Ministério do Planejamento na sexta-feira (13). O próximo encontro entre grevistas e representantes do governo está agendado para esta segunda-feira (23).
O movimento completou dois meses com a maior adesão já registrada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Até a segunda-feira (16), 57 das 59 universidades tinham parado, além dos 37 institutos, centros de educação tecnológica e o Colégio Pedro II.
Na noite de domingo (15), o Comando Nacional de Greve do Andes enviou uma análise técnica e política da proposta do governo aos sindicatos locais ligados à entidade. A indicação do comando é que os docentes rejeitem a proposta e 'radicalizem' as ações de greve.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça (17), em conversa com 42 reitores de universidade em greve, que "não há margem fiscal para ir além" da proposta de aumento que o governo ofereceu. "O valor da proposta [tem impacto] de R$ 4 bilhões. Não há margem fiscal para ir além", disse o ministro.
Confira a situação em alguns estados:
Ceará
Os professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) no Ceará realizaram assembleia nesta segunda-feira (16) e decidiram rejeitar a proposta apresentada pelo governo federal. Já os professores e representantes da reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) debateram a proposta na terça-feira, mas devem realizar a assembleia de deliberação na quinta-feira (19).

Espírito Santo

Após dois meses de paralisação, os professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) seguem em greve. A Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) informou que a última proposta do Governo Federal não foi satisfatória e na quinta uma assembleia deve formalizar a continuação da greve.
Goiás
A greve dos professores Universidade Federal de Goiás (UFG) atinge mais de 20 mil alunos em todo o estado. De acordo com presidente do Sindicato dos Professores da UFG no município, Fernando Paulino, as reivindicações ainda não foram atendidas e, por isso, eles irão continuar com o movimento.
Maranhão
Os professores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que estão em greve há dois meses, decidiram continuar a paralisação depois de uma assembleia realizada nesta terça-feira (17). A assembleia terminou por volta de 19h30. Eles alegam que os supostos 45% de reajuste seriam concedidos de forma lenta e gradual, de 2013 a 2015, e já englobam o aumento de 4% dado à categoria no início deste ano. No fim, diante da inflação do período, segundo eles, o reajuste seria insignificante.
Minas Gerais
De acordo com o Andes, somente a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não aderiu à greve em Minas. Treze das 60 instituições que participam da paralisação no Brasil estão localizadas no estado. As instituições do Triângulo Mineiro e Centro-Oeste de Minas Gerais não se reuniram para discutir alterações no calendário acadêmico ou a reposição das aulas. Segundo o presidente da Associação de Docentes da UFU (Adufu) e integrante do comando local de greve docente, Aurelino José Ferreira Filho, a proposta do governo ficou aquém da reivindicações da categoria. Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram em asssembleia realizada, em Belo Horizonte, nesta terça-feira (17), manter a greve. A maioria dos docentes votou pela continuidade da paralisação. A greve dos professores começou no dia 17 de maio, mas, na UFMG, os professores aderiram à paralisação no dia 19 de junho.
Paraíba
Nesta terça-feira (17), completa dois meses a greve dos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). No Instituto Federal da Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), a greve começou mais tarde, em 5 de junho, e completa 41 dias. As universidades confirmaram, na segunda-feira (16), que vão esperar o término da greve para planejar as mudanças no calendário de aulas, mas que provavelmente o semestre 2012.2 será estendido aos primeiros meses de 2013. Com a paralisação, cerca de 71 mil alunos estão sem aulas em toda Paraíba.
Paraná
Mesmo com o calendário letivo suspenso desde 29 de junho, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) não cogitam cancelar o semestre por causa da greve dos professores. Porém, em nenhuma das instituições há previsão para o início do segundo semestre do ano letivo.
Pernambuco
Segue indefinido o calendário acadêmico para os alunos que estudam em universidades federais em Pernambuco. A greve de professores completa dois meses nesta terça-feira (17) e a dos servidores, pouco mais de trinta dias. A Associação de Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) vai votar, na próxima sexta-feira (20), a suspensão do calendário acadêmico do primeiro semestre. “A suspensão visa garantir que nós façamos a reposição das seis semanas que faltam para completar o calendário acadêmico assim que terminar a greve. Quem já colou grau não vai ser prejudicado”, explica o presidente da Adufepe, professor José Luiz Simões.
São Paulo
Duas universidades federais situadas na capital paulista e na Grande São Paulo - a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - decidiram nesta terça-feira (17) manter a greve de professores e rejeitar a proposta do governo federal de reestruturação da carreira docente, apresentada na semana passada.
Lista de instituições federais de ensino em greve em 16 de julho (Foto: Editoria de Arte/G1)

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