Morre aos 88 anos o funcionário público aposentado João de Deus, o "João Boneco"
Morreu na madrugada desta sexta-feira, em Campina Grande, aos 88 anos, João de Deus, mais conhecido por "João Boneco", vítima de insuficiência respiratória.
O Portal VITRINE DO CARIRI reproduz abaixo um texto de seu neto Geordie Filho, que descreve um pouco quem era essa figura ímpar.
Meu avô João de Deus nos ensinou de tudo um pouco nesta vida, só não a vê-lo partir para o andar de cima sem que sofrêssemos. Partiu na madrugada desta sexta-feira (06), aos 88 anos, sem poder dar adeus aos que o amavam aqui na terra, pois de uma hora para outra entrou em crise de saúde, foi para uma UTI e já não conseguia mais se expressar como antes. Há poucos dias foi internado em um hospital em Campina Grande, mas não resistiu ao mau do cigarro que acabou com os seus pulmões. Até esta madrugada eu achava que ele jamais morreria. João de Deus era o meu herói, imortal, invencível e eterno. Era para ter sido assim.
Ele era baixinho, mas um grande homem. Com pouco mais de 1 metro e 60, educou todos os seus filhos e ainda ajudou na criação dos netos e de um bisneto. Sempre honrado e educado, conquistou a admiração do povo monteirense, a quem dedicou boa parte de sua vida quando trabalhava no INSS. Seu João também trabalhou na roça, deu duro para sustentar a família, mas nunca desistiu. Jamais teve vergonha de ser pobre. Era um homem realmente correto. Certa vez, quando criança, briguei com meu primo Waguinho por causa de um brinquedo, mas seu João tomou a frente e foi logo dizendo: “aqui o que é de um, é de todos”. Nunca mais esqueci.
Poucos dias atrás quando ainda vendia saúde, ele pegava sua amada Dona Ivanise e partia para a feira pública de Monteiro. Eram apenas os dois no seu carrinho. O velhinho era bom. Acho que parte de mim foi junto com ele. Não me sinto mais o mesmo sem vê-lo por perto. Vovô João era companheiro e amoroso. Tinha amor no coração e bondade na alma.
Mas Deus sabe o que faz. Nos últimos dias João estava sofrendo demais aqui na terra. Passou alguns dias internado no Hospital Regional de Monteiro e, logo depois, foi transferido para uma UTI em Campina Grande. Chegou a se tentar vaga em quatro hospitais particulares de João Pessoa, mas em todos o recado era o mesmo: “não tem vaga”. Sua última luta pela vida foi mesmo em Campina Grande. Ele estava fraco, entubado e se alimentando por uma sonda. Talvez Deus tenha resolvido acabar com o seu sofrimento e antecipado sua ida para o céu. Tento me conformar pensando assim.
Agradecemos muito a ajuda dos médicos Roberto Luiz de Carli, Raniere Senna, Micheila Henrique, Dr. Salles, Danilo Mayer, Valério Vasconcelos e outros que nos ajudaram nas horas mais difíceis.
Deixou na terra sua companheira Ivanise, além dos filhos Geordie Viana, Géssener e Geová. Seu outro filho, Geovane, já estava lhe esperando lá em cima. Deixou ainda netos e um bisneto.
Seu velório acontecerá ao longo do dia em sua residência, localizada próximo ao Quartel da PM, em Monteiro.
Vai com Deus, João de Deus!
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