Justiça francesa vê falhas da Airbus e Air France em queda do voo 447.



Um relatório da Justiça Francesa sobre o acidente com o voo AF 447 da Air France aponta responsabilidades da companhia aérea e da fabricante da aeronave, a Airbus, no acidente que matou 228 pessoas em 31 de maio de 2009.

O documento, que foi apresentado nesta terça-feira (10) aos advogados das famílias das vitimas do acidente em Paris, foi elaborado por dez peritos judiciais designados pela Justiça para fazer uma investigação paralela a do BEA (Escritório de Investigações e Análises, na sigla em francês), que divulgou o seu relatório sobre o acidente no último dia 5.

De acordo com o consultor Maarten Van Sluys, membro fundador da associação de familiares das vítimas do voo, o documento abre caminho para que as famílias possam dar entrada em representações criminais contra as empresas. “Como nós esperávamos, o relatório da juíza foi mais contundente em estabelecer responsabilidades pela falha dos equipamentos, como por exemplo o congelamentos dos tubos de Pitot [sensores de velocidade dos aviões]”, disse ao G1.

Segundo o consultor, os peritos judiciais apuraram que “existem responsabilidades prioritariamente da Airbus e da Air France, mas também da Thales, fabricante do equipamento.”

Nos próximos dias, segundo Van Sluys, os 29 familiares de vítimas do voo que integram a associação –da qual fazem parte famílias francesas, alemãs e seis brasileiras- deverão estudar junto com o advogado que os representa na França se entrarão na Justiça contra as empresas.

“Estamos aguardando um parecer do advogado sobre os elementos do relatório jurídico. Ele vai nos aconselhar se temos chances significativas de levar esse processo à frente ou não. Mas posso dizer com bastante assertividade que tem 80 a 90% de chances de que há elementos suficientes para ações”, afirma o consultor, que perdeu uma irmã no acidente.

Segundo ele, o documento conduzido pela juíza Sylvie Zimmerman, a mesma que indiciou Air France e Airbus por homicídio culposo no ano passado, complementa as conclusões do elaborado pelo órgão de aviação, mais focado nos elementos técnicos que provocaram a tragédia.

“Mas mesmo o relatório do BEA já continha elementos extremamente contundentes sobre a falhas das empresas, como o do chamado diretor de voo, equipamento ligado a computador do avião que deu orientação para o avião ganhar altitude quando, por tudo que se sabe hoje, a ação devia ter sido o contrário”, observa.

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