Erros de ortografia 'assassinam' a nossa Língua Portuguesa
Que tal revisar o carro em uma 'olfisina' e aproveitar para 'concetar' uma roupa? Se não entendeu a proposta, não se acanhe. Você não é a única pessoa a não decifrar muitas das placas e anúncios publicados em postes, muros e outdoors espalhados pela cidade. O bom e velho Português, que conseguiu atravessar o Oceano Atlântico, sobreviveu aos ataques de espanhóis, franceses, ingleses e até dos dialetos indígenas, ainda é vítima de alguns deslizes dos seus praticantes.
“Basta um breve passeio pelas ruas de João Pessoa para nos depararmos com aberrações dignas de fazer célebres representantes da Língua Portuguesa, como Machado de Assis, José Saramago ou Guimarães Rosa, se revirarem do túmulo”, comenta o publicitário paraibano Ferdinando Dantas, 35 anos.
Colecionador de imagens com erros de Português e bizarrices do mundo da publicidade, as popularmente conhecidas na internet 'Pracas do Brasiu', Ferdinando conta que está há quase uma década flagrando tentativas de 'assassinato' à Língua Portuguesa pelas ruas de João Pessoa.
O publicitário conta que possui atualmente mais de 900 fotografias com escorregões cometidos em anúncios. As peças são das mais variadas, indo desde problemas simples de acentuação a erros grotescos de ortografia. “Comecei fotografando só por João Pessoa e outras cidades do Estado que visitava. Logo tinha uma coleção bem razoável. Mas, os amigos, sabendo da minha coleção particular, acabaram me presenteando com pérolas trazidas de várias partes do Brasil e até do mundo. Tenho uma retirada na Grécia”, comenta Dantas.
Pelo interior do Estado, lembra Ferdinando, as bizarrices publicitárias chegam a ser ainda mais cômicas pela criatividade.
“Há placas com erros clássicos de Português, que são até entendíveis pela falta de instrução do sujeito, mas também coleciono anúncios que chegam ao absurdo pela criatividade em recriar uma nomenclatura para um nome que tem a grafia bem mais simples”, explica o colecionador.
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