Vencer o Sport, no domingo, não servirá apenas para recuperar o Internacional no Campeonato Brasileiro. Ganhar em Recife dará fôlego para Dorival Júnior seguir no Beira-Rio. Pelos últimos cinco times que passou, o treinador não conseguiu ficar no cargo muito além do número de jogos que já completou pelo Colorado. Seu limite é a campanha realizada no Vasco, quando acumulou 63 partidas.
É uma espécie de 'prazo de validade' do comandante. Por mais de um motivo, ele nunca ultrapassou muito a marca de 60 jogos no banco de reservas dos times de primeira divisão do futebol brasileiro. Integrante do grupo dos técnicos de ponta desde que classificou o Cruzeiro para a Libertadores de 2008, Dorival Júnior acumula 262 partidas anteriores ao seu trabalho em Porto Alegre.
Em cinco anos, o técnico tem uma média de 52,4 partidas em cada equipe. No Colorado, a cota já estourou. São 58 jogos. A estatística se junta ao ambiente que pede sua saída.
É uma mistura de irritação com o time, que não decolou na atual temporada, e o pós-jogo da virada cedida ao Botafogo. No sábado, ainda durante o 2 a 1, o treinador foi chamado de burro pela torcida. O revés dentro de casa teve efeito de gota d'água na relação dos colorados com seu técnico.
As críticas penetraram na diretoria. Dirigentes do Inter já admitem falhas no trabalho, mas a alta cúpula ainda não debateu uma eventual troca. A conversa para mexer pode ser marcada para depois do jogo na Ilha do Retiro. Em caso de nova derrota.
"O trabalho, no geral, é bom. Vamos tentar vencer fora para nos recuperarmos. Foi um jogo atípico e só isso", disse presidente Giovanni Luigi. "O trabalho do Dorival é igual desde que quando ele chegou. Igual de quando ele ganhou o Gauchão, junto com todo grupo. Vamos continuar trabalhando. O ambiente é muito bom", afirmou D'Alessandro.
Em 58 jogos pelo Inter, Dorival Júnior acumula dois títulos: Recopa Sul-Americana 2011, onde dirigiu o time apenas no segundo jogo contra o Independiente, e o Campeonato Gaúcho desta temporada. Nos números, 31 vitórias, 16 empates e 11 derrotas.
Pela Libertadores, fez o Colorado ter sua pior campanha desde que retornou ao convívio de clubes do exterior. Com pontuação abaixo até de quando a eliminação ocorreu na fase de grupos. Outro ponto que se soma na irritação da torcida é que o Inter não venceu nenhum time da Série A fora de seus domínios na atual temporada.
Antes de desembarcar no Inter, dirigiu Cruzeiro, Coritiba, Vasco, Santos e Atlético-MG. Com destaque para o desempenho em São Januário e na Vila Belmiro. E não por menos os locais onde ele mais treinou. No Vasco ficou por 63 jogos, vencendo a Série B do Brasileirão. No Santos trabalhou em 61 partidas, ganhando o Paulistão e a Copa do Brasil de 2010. Do Rio de Janeiro saiu por desacerto financeiro na renovação. Do litoral paulista disse adeus após bater de frente com a diretoria na punição para Neymar.
Em Minas Gerais, salvou o Atlético-MG do rebaixamento há dois anos. Mas na nova temporada ficou devendo. Caiu cedo na Copa do Brasil, perdeu o estadual para o Cruzeiro e saiu deixando o time na 13ª posição no Brasileirão.
Para a partida que tem peso duplo, no final de semana, o treinador terá de volta o lateral esquerdo Kleber. Na defesa, Bolívar deve atuar ao lado de Índio. Sandro Silva, que não definiu se fica no Inter, pode dar lugar para Elton no meio-campo. O Colorado embarca para Recife nesta sexta à tarde.
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