Com dois de Torres, Espanha goleia e manda a Irlanda mais cedo para casa.

Centroavante do Chelsea se recupera de péssima atuação na estreia e, por ora, cala os críticos. Irlandeses são os primeiros eliminados da Euro 2012.


Fernando Torres abre o placar para a Espanha e leva as mãos ao ouvido (Crédito: (Foto: Agência Reuters))
Fernando Torres passou poucas e boas em sua temporada no Chelsea. Foi campeão sendo reserva, nada mais do que um coadjuvante milionário e alvo de piadas dos tabloides ingleses. Ele teve de ouvir ainda mais críticas depois das chances perdidas no último domingo, na estreia da Eurocopa 2012. Mas quem duvidou de “El Niño” também teve de aplaudi-lo. Com dois gols de seu camisa 9, a Espanha conheceu a sua primeira vitória na Eurocopa 2012.
Na verdade, uma goleada sobre a Irlanda, que acabou sendo a primeira equipe eliminada com os inapeláveis 4 a 0, na noite desta quinta-feira, em Gdansk, na Polônia, pelo Grupo C. David Silva e Fàbregas, que dessa vez começou no banco de reservas, completaram o placar.
As equipes voltam a campo na próxima segunda-feira, pela última rodada da chave. Com quatro pontos e líderes por conta do saldo de gols, os espanhóis enfrentarão a Croácia, em Gdansk, com a vantagem do empate para garantir a vaga. O primeiro lugar, neste caso, só viria caso a Itália, que soma dois pontos, tropeçasse na Irlanda, em Poznan. Ou então se não chegasse ao mesmo número de saldo (três) com uma vitória. Ambos os jogos serão disputados às 15h45m (de Brasília).
Torres quebra o gelo

Poderiam ser os milhares de fanáticos irlandeses correndo atrás da bola que não adiantaria. Com o seu futebol implacável, a Espanha venceu o primeiro tempo na Arena Gdansk. O placar mínimo ficou relativamente barato, mas valeu principalmente para Fernando Torres quebrar o gelo que fazia no estádio, com 11ºC às vésperas do verão, e a desconfiança por parte da imprensa e torcida. Ele era a novidade no time de Vicente del Bosque em relação ao time que empatou com a Itália.
O gol saiu rápido, logo aos quatro minutos. Iniesta enfiou a bola para David Silva, que foi desarmado. O centroavante aproveitou o cochilo da defesa, passou fácil pela marcação de Stephen Ward e fuzilou a meta de Given. Na comemoração, pôs as mãos atrás do ouvido, como quem não estava nada satisfeito com as críticas pelas chances perdidas no último domingo.
O gol também o fez igualar o ex-zagueiro Fernando Hierro como o terceiro maior artilheiro da história da seleção espanhola. Agora com 29 tentos, “El Niño” está atrás apenas de Raúl González (44) e David Villa (51). E por muito pouco o 30º não saiu logo na sequência, aos sete, quando Xavi lançou Arbeloa, que escorou para o atacante concluir para fora, bem próximo da trave.
‘Ajudinha’ do céu

Na base da raça que vinha em forma de incentivo das arquibancadas, os irlandeses pelo menos correram. Era uma tarefa difícil. A vida da Espanha ainda foi facilitada, digamos, pelas condições meteorológicas, já que choveu praticamente o dia inteiro em Gdansk e o campo esteve como os jogadores de Barcelona, Real Madrid e companhia gostam. Vale ressaltar que o gramado seco foi uma das críticas por parte dos espanhóis na estreia.
A Fúria praticou aquele jogo que todos conhecem bem, tentando encontrar uma pequena brecha na defesa. Oportunidades não faltaram: Iniesta, aos 22, e David Silva, aos 24, quase ampliaram. Já no fim, foi a vez de Xavi, Arbeloa e novamente Iniesta, em chutes defendidos por Given. Com o domínio total do jogo, os espanhóis ouviram gritos de olé das arquibancadas. Como quem adora uma festa, os irlandeses responderam no desarme. Mas a empolgação não passou disso.
Novo gol relâmpago acaba com esperança irlandesa

Giovanni Trapattoni sabe melhor do que ninguém da inferioridade de seu time diante dos atuais campeões da Europa e do mundo. Mas deve ter feito lá o seu planejamento durante o intervalo para que a Irlanda ainda tentasse uma sobrevida na Eurocopa. Não deu.
Foi aos três minutos que a Fúria praticamente selou sua primeira vitória. Aos dois, Arbeloa já havia chutado para a defesa de Given. Mas o goleiro do Aston Villa não conseguiu segurar a finalização de Iniesta. Na sequência, a bola sobrou para David Silva que, com toda a classe do mundo, tirou três marcadores e colocou a bola entre as pernas do zagueiro Dunne. Era o segundo da Espanha, que estava mais do que decidida a transformar sua atuação convincente em goleada. Aos 10, Xavi concluiu forte para uma fantástica defesa de Given. Puro reflexo. Sete minutos depois foi a vez de Busquets emendar sobra de escanteio para fora.
Hoje sim, Torres

Àquela altura eliminada, a Irlanda foi para cima tentar adiar um pouco mais a sua permanência na Euro. A mudança de postura, é claro, acarretou problemas para a defesa. Os contra-ataques espanhóis passaram a vir com frequência e mais um gol parecia questão de tempo.
E ele veio. Aos 25, Fernando Torres recebeu de David Silva em ótimas condições e só teve o trabalho de tocar no canto do goleiro. Dessa vez, sem a pressão nas costas, ele não decepcionou: 3 a 0. Prova disso foram os aplausos por parte dos espanhóis após ser substituído. Com dois gols na conta, Torres já tinha feito a lição de casa, e Del Bosque resolveu tirá-lo para colocar Fábregas aos 29.
Logo após a saída do atacante, do outro lado do campo, Casillas também teve a sua chance de mostrar serviço. O goleiro espanhol saltou no canto e defendeu bela finalização rasteira de Robbie Keane. Given respondeu do outro lado e, com apenas uma das mãos, evitou o gol de Cazorla. Na sequência, em cobrança de escanteio, porém, Fábregas recebeu na área, tirou a defesa na base da habilidade e soltou um canudo para o fundo da rede irlandesa. Given, desta vez, nada pôde fazer.
Dentro de campo, a Espanha seguia em busca do gol. Fora dele, quem brilhava era a torcida irlandesa, que apoiou o time sem se importar com a eliminação e a goleada sofrida.
ESPANHA: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xavi e Alonso (Javi Martínez); Iniesta (Carzola), David Silva e Fernando Torres (Fábregas). Técnico: Vicente del Bosque
IRLANDA: Given; O'Shea, St Ledger, Dunne e Ward; Duff (MClean), Andrews, Whelan (Green) e McGeady; Robbie Keane e Cox (Walters). Técnico: Giovanni Trapattoni

Gols: no primeiro tempo, Fernando Torres, aos 4 minutos; no segundo tempo, David Silva, aos 3 minutos, Fernando Torres, aos 25 minutos, e Fábregas, aos 38 minutos.
Cartões amarelos: Alonso (ESP); Robbie Keane e Whelan (IRL)
Estádio: Arena Gdansk (Polônia). Data:14/06/2012. Árbitro: Pedro Proença (POR) Auxiliares: Ricardo Santos (POR) e Bertino Miranda (POR)

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